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06/06/2007 - 16h02

Renan diz que permanece no comando do Senado durante investigações

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira que recebeu com tranqüilidade a decisão do Conselho de Ética da Casa de investigar as acusações de que o senador teria utilizado recursos da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de parte de suas despesas pessoais.

Renan afirmou ainda que vai permanecer à frente do comando do Senado durante as investigações. "Estou inteiramente à disposição do Senado, vou continuar o representando e, no final, a verdade vai preponderar."

Lula Marques/Folha Imagem
Renan Calheiros diz que pagou com recursos próprios pensão à jornalista Mônica Veloso
Renan Calheiros diz que pagou com recursos próprios pensão à jornalista Mônica Veloso

O senador reiterou que não utilizou dinheiro da empreiteira para pagar pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. "Estou absolutamente tranqüilo para tudo que houver. Estou com a verdade e, quem está com a verdade, não teme nada."

Renan disse que já encaminhou à corregedoria do Senado todos os documentos necessários para a investigação, como extratos bancários e cópias de suas declarações do Imposto de Renda. "Mandei todos os documentos antes que fosse solicitados."

Relator

O presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), designou o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) como relator do processo contra Renan. Cafeteira é ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP), um dos principais interlocutores de Renan no Senado.

Sibá chegou a afirmar esta semana que o conselho deveria adiar a decisão para a semana que vem. Depois de ser acusado de trabalhar em favor de Renan ao sugerir o adiamento das investigações, o senador voltou atrás. Ao escolher o relator para o processo, Sibá automaticamente autorizou a sua tramitação.

O conselho tinha a prerrogativa de arquivar imediatamente a representação do PSOL contra Renan caso concluísse que não havia justificativas para as investigações. Renan tem agora o prazo de cinco sessões para encaminhar sua defesa ao conselho depois que receber oficialmente a representação do conselho.

Cafeteira terá que apresentar voto ao conselho no qual poderá sugerir o arquivamento do processo contra Renan ou defender a sua tramitação.

O senador José Nery (PSOL-PA), um dos autores da representação contra Renan, disse estar "satisfeito" com a tramitação do processo no Conselho de Ética. "O que para nós é fundamental é a tarefa do conselho no sentido de apuração dos fatos. Apuração não é condenação antecipada. O que reivindicamos é a investigação mediante as denúncias", disse Nery.

Sibá pediu ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), que encaminhe ao conselho todos os documentos disponibilizados por Renan para se defender das acusações. Ele também pediu a Tuma que repasse ao conselho um resumo das investigações já realizadas pela corregedoria até este momento contra o presidente do Senado.

"Não vou me comportar a partir da emoção. Vamos nos pautar pela Constituição Federal e pelo regimento interno", disse Sibá.

Ameaça

O PSOL chegou a ameaçar recorrer a "instâncias superiores" caso o Conselho de Ética não instaurasse o processo contra Renan. O partido acusa Sibá e Tuma de parcialidade nas investigações.

"O corregedor declarou, em tom de pré-julgamento com base nos documentos que o senador Renan lhe enviou, que não queria condená-lo. O presidente do conselho, descuidando-se da necessária neutralidade, afirmou que o grosso das denúncias estão respondidas sem que ninguém conheça a íntegra dos argumentos e provas de defesa do senador", afirma o partido em carta aberta encaminhada hoje ao conselho.

 

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