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PF entrega à Justiça Federal inquérito da Operação Xeque-Mate
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da Folha Online
A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul entregou nesta quarta-feira à Justiça Federal o inquérito da Operação Xeque-Mate, que desarticulou suposta máfia de caça-níqueis.
O relatório foi encaminhado ao juiz Dalton Igor Kita Conrado, da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS), que analisará o documento e encaminhará ao Ministério Público Federal. Os procuradores poderão ou não oferecer denúncia contra os citados no inquérito.
Conrado decidiu anteontem decretar a prisão preventiva de nove acusados, entre eles Nilton Cézar Servo, apontado como um dos líderes da máfia dos caça-níqueis. O compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dario Morelli Filho, teve a prisão revogada e deixou o presídio federal de Campo Grande por volta das 20h de ontem. Ele foi preso no dia 4 de junho sob a acusação de corrupção ativa, formação de quadrilha, contrabando de componentes de máquinas caça-níqueis e falsidade ideológica.
Já a Justiça Estadual de Três Lagoas (MS) decretou nesta quarta-feira a prisão preventiva de mais 19 detidos pela Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal. A PF havia pedido à Justiça Estadual a prisão preventiva de 21 dos 40 que ainda estavam presos. Ainda não há informações sobre o inquérito à Justiça Estadual.
No total, na Operação Xeque-Mate, foram expedidos 85 mandados de prisão, incluindo os expedidos pela Justiça Estadual de Três Lagoas (MS), mas a PF cumpriu 80. Destes 80 que foram presos, apenas 67 --27 por ordem da Justiça Federal e 40 da Justiça Estadual-- permaneciam detidos desde a última sexta-feira, quando a Justiça prorrogou a prisão temporária de apenas parte dos acusados.
Ontem, quando venceu a prorrogação da temporária, 41 presos deixaram a cadeia, já que dos nove que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, dois estão foragidos.
Vavá
O irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, afirmou em depoimento à Polícia Federal que numa conversa com Lula fez "uma sondagem para saber se havia possibilidade de colocar umas máquinas [de terraplanagem] para trabalhar na empresa Vale do Rio Doce", segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pela Folha (só para assinantes).
A reportagem informa que Vavá disse que o pedido foi negado pelo presidente, já que ele "não admite esse tipo de coisa".
A conversa teria ocorrido em 25 de março. Nesse mesmo dia, em diálogo gravado pela PF com o empresário Nilton Cézar Servo, apontado como um dos líderes da máfia dos caça-níqueis, Vavá, segundo a Folha, diz que "o homem [Lula] esteve aqui hoje". "Falou com você?", pergunta Servo. "Conversou. Eu falei para ele sobre o negócio das máquinas lá. Ele disse que só precisa andar mais rápido."
O irmão de Lula foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário. A PF chegou a pedir a prisão de Vavá na Operação Xeque-Mate, mas a Justiça indeferiu o pedido.
Na terça-feira, o presidente disse duvidar que seu irmão tenha feito lobby junto ao governo. Para Lula, Vavá está mais para ingênuo do que para lobista. "Não acredito que Vavá seja lobista. Ele está mais para ingênuo."
Operação
No dia 4 de junho, a PF prendeu 76 pessoas durante a Operação Xeque-Mate. No dia seguinte, a PF anunciou a prisão de mais duas pessoas --Nilton Cézar Servo e seu filho, Victor Servo.
Cézar Servo é investigado por ser dono de máquinas de caça-níqueis em vários Estados e teria ligações com Vavá e com o compadre de Lula, Dario Morelli Filho. Os dois seriam sócios em uma casa de jogos na Baixada Santista.
Na noite do dia 6, Hércules Mandetta Neto, irmão do secretário municipal de Saúde de Campo Grande (MS), Luiz Henrique Mandetta, que estava foragido, se apresentou à PF. No dia 8, Ari Silas Portugal, também se entregou.
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