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Tribunal Federal nega pedido de liberdade a líder da máfia dos caça-níqueis
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da Folha Online
O TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região negou ontem o habeas corpus para revogar a prisão preventiva do empresário Nilton Cesar Servo, apontado como líder da máfia dos caça-níqueis desarticulada na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal.
A decisão foi do juiz federal Paulo Otávio Baptista Pereira, que autorizou o empresário a ficar preso em local separado daqueles que já foram condenados.
Servo foi denunciado ontem pelo Ministério Público Federal pelos crimes de contrabando, formação de quadrilha, corrupção ativa e falsidade ideológica. Ele está preso desde o dia 5 e, após prestar depoimento à PF, foi levado ao presídio federal de Campo Grande (MS), onde teve o cabelo raspado por questão de segurança e higiene.
Escutas da PF apontam que Servo seria sócio de Dario Morelli Filho em negócios envolvendo máquinas de caça-níqueis e casas de bingo. Compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Morelli também foi denunciado pelo MPF pelos crimes de contrabando, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Vavá
O irmão mais velho do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá, também foi investigado na operação Xeque-Mate, mas não foi denunciado pelo MPF.
Em nota, o MPF informou ontem que não encontrou indícios da ligação de Vavá com nenhuma das quadrilhas investigadas. No entanto, o MPF requereu que os autos sejam devolvidos para a PF de São Paulo para aprofundar as investigações sobre Vavá.
O irmão de Lula foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário. A PF chegou a pedir a prisão de Vavá na Operação Xeque-Mate, mas a Justiça indeferiu o pedido.
Outro lado
O advogado Eldes Rodrigues, que defende Nilton Servo, contestou os crimes pelos quais seu cliente foi enquadrado na denúncia oferecida ontem pelo MPF. Segundo Rodrigues, é "impossível" Servo ser denunciado por contrabando porque seu cliente apenas fazia locação de máquinas caça-níqueis. "Isso [a denúncia] não tem fundamento", afirmou.
O advogado disse que Servo nunca se uniu a alguém para praticar um crime, portanto não deveria ser denunciado por formação de quadrilha. "Ele [Servo] apenas era sócio de casas de bingos que tinham ordem judicial para funcionar", afirmou.
Sobre o crime de corrupção ativa, Rodrigues ressaltou que o inquérito da PF não tem nenhum documento comprovando que Servo pagou propina a algum agente público. O advogado disse ainda que não entendeu porque seu cliente foi denunciado por crime de falsidade ideológica.
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