Publicidade
Publicidade
TV pública obriga canais a se mexer, afirma ministro
Publicidade
PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse ontem de manhã que a TV pública vai "obrigar a TV comercial a se mexer um pouquinho", porque ela "tá meio paradona".
Ex-diretor da sucursal da TV Globo em Brasília, Franklin participou da abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, na Câmara dos Deputados. Antes do evento, o ministro deu rápida entrevista, em que defendeu a TV pública, mas admitiu que ela "é cara".
Franklin fez à crítica às televisões comerciais quando respondia a uma pergunta sobre o risco de concentração da mídia. "Como diria Guimarães Rosa, viver é perigoso. Existem riscos de haver concentração, mas existe uma disputa na área da TV comercial, e a TV pública vem jogar um papel complementar. Ela vai colocar preocupações, novidades, elementos novos que vão obrigar a TV comercial a se mexer um pouquinho, tá meio paradona", disse.
O representante da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) no seminário não quis polemizar. "Acho que um projeto de alta qualidade sempre estimula que os demais atores persigam aperfeiçoamento na programação", disse Evandro Guimarães.
Franklin confirmou reportagem da Folha, de que o custo inicial da TV pública será de cerca de R$ 350 milhões, e disse que esse é mínimo. "A TV pública é cara, o governo quer que a TV largue com R$ 350 milhões, o que é o orçamento mais baixo de uma TV comercial no país", afirmou.
O valor é superior aos R$ 250 milhões em quatro anos anunciados em março pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, na apresentação do projeto da TV pública.
Puxar pelo nariz
Depois da entrevista, na abertura do seminário, o ministro defendeu a liberdade de imprensa, mas fez uma crítica ao que considera excesso de opinião em material jornalístico.
"Eu estou ministro, sou jornalista, e, como jornalista, sei o valor crucial que a liberdade de imprensa tem para a democracia. (...) Não é missão da imprensa puxar a sociedade pelo nariz para lá ou para cá."
O governo tem ao mesmo tempo entusiasmo e temor dos efeitos que a revolução tecnológica terá na mídia em geral.
"Abre possibilidades extraordinárias e também perigos extraordinários. Ao mesmo tempo em que o debate se intensifica, ganha velocidade, a calúnia também, e é necessário usar esses meios com mais responsabilidade. E nossos mecanismos legais não estão capacitados para isso", disse o ministro, que defendeu mudanças na Lei Geral de Telecomunicações.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), também defendeu a "democratização da mídia", no evento. "É necessário desvincular o conteúdo televisivo do mero interesse comercial, jamais por intermédio do mecanismo de censura", discursou.
Leia mais
- Lula decide gastar R$ 350 mi por ano com televisão pública
- Lula diz que TV pública será laica e defende transmissão de futebol europeu
- Fórum em Brasília aborda desenvolvimento de TV pública brasileira
- TVs pública e digital dominam entrevista de Franklin Martins no "Roda Viva"
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice