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22/06/2007 - 09h41

TV pública obriga canais a se mexer, afirma ministro

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PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse ontem de manhã que a TV pública vai "obrigar a TV comercial a se mexer um pouquinho", porque ela "tá meio paradona".

Ex-diretor da sucursal da TV Globo em Brasília, Franklin participou da abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, na Câmara dos Deputados. Antes do evento, o ministro deu rápida entrevista, em que defendeu a TV pública, mas admitiu que ela "é cara".

Franklin fez à crítica às televisões comerciais quando respondia a uma pergunta sobre o risco de concentração da mídia. "Como diria Guimarães Rosa, viver é perigoso. Existem riscos de haver concentração, mas existe uma disputa na área da TV comercial, e a TV pública vem jogar um papel complementar. Ela vai colocar preocupações, novidades, elementos novos que vão obrigar a TV comercial a se mexer um pouquinho, tá meio paradona", disse.

O representante da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) no seminário não quis polemizar. "Acho que um projeto de alta qualidade sempre estimula que os demais atores persigam aperfeiçoamento na programação", disse Evandro Guimarães.

Franklin confirmou reportagem da Folha, de que o custo inicial da TV pública será de cerca de R$ 350 milhões, e disse que esse é mínimo. "A TV pública é cara, o governo quer que a TV largue com R$ 350 milhões, o que é o orçamento mais baixo de uma TV comercial no país", afirmou.

O valor é superior aos R$ 250 milhões em quatro anos anunciados em março pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, na apresentação do projeto da TV pública.

Puxar pelo nariz

Depois da entrevista, na abertura do seminário, o ministro defendeu a liberdade de imprensa, mas fez uma crítica ao que considera excesso de opinião em material jornalístico.

"Eu estou ministro, sou jornalista, e, como jornalista, sei o valor crucial que a liberdade de imprensa tem para a democracia. (...) Não é missão da imprensa puxar a sociedade pelo nariz para lá ou para cá."

O governo tem ao mesmo tempo entusiasmo e temor dos efeitos que a revolução tecnológica terá na mídia em geral.

"Abre possibilidades extraordinárias e também perigos extraordinários. Ao mesmo tempo em que o debate se intensifica, ganha velocidade, a calúnia também, e é necessário usar esses meios com mais responsabilidade. E nossos mecanismos legais não estão capacitados para isso", disse o ministro, que defendeu mudanças na Lei Geral de Telecomunicações.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), também defendeu a "democratização da mídia", no evento. "É necessário desvincular o conteúdo televisivo do mero interesse comercial, jamais por intermédio do mecanismo de censura", discursou.

 

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