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PMDB rejeita abertura de processo contra senador Joaquim Roriz
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), saiu hoje em defesa do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), acusado de ter negociado a partilha de R$ 2,2 milhões --de origem ignorada. Raupp disse ser contrário à abertura de processo disciplinar no Conselho de Ética do Senado contra o peemedebista por quebra de decoro parlamentar, como defende o PSOL.
"Ainda não vejo necessidade de processo disciplinar no Conselho de Ética", afirmou. Na opinião de Raupp, Roriz deve ter ao menos o prazo de 24 horas para apresentar sua defesa. "Toda denúncia é considerada grave até se dar explicações. O PMDB pediu que ele se pronunciasse e ele se comprometeu a fazer isso hoje", afirmou o líder.
Roriz não compareceu ao Senado nesta segunda-feira. Segundo assessores, estuda divulgar uma nota oficial para se defender das denúncias. Mas por enquanto, não decidiu se realizará pronunciamento em plenário para apresentar a sua versão sobre as acusações.
Raupp disse que conversou hoje por telefone com Roriz, mas evitou comentar sobre as explicações do senador ao partido. "Não posso dizer se estou ou não satisfeito. Não tive tempo de me debruçar sobre essa matéria", desconversou.
O senador Gilvam Borges (AP) também saiu em defesa de Roriz ao criticar a abertura de dois processos no Conselho de Ética --já que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) já está sendo investigado pelo órgão. "Se tivermos dois senadores avaliados, a crise aumenta e o foco vai se ampliar", justificou.
Borges acusou indiramente o governador José Roberto Arruda (DEM-DF) de estar envolvido nas denúncias contra Roriz.
"Nessa guerra, o surgimento de dossiês é uma arma utilizada. Há uma guerra surda por liderança. O governador Arruda é um dos principais adversários do senador Roriz. É uma guerra fria, que não chegou na temperatura adequada."
O senador peemedebista disse que Roriz deflagrou a "Operação Caracol" --pois está recluso desde que as denúncias contra ele surgiram na imprensa neste final de semana. "Ele está dentro de uma concha com assessores se preparando para defesa", disse Borges.
PMDB
As denúncias contra Roriz surgiram em meio à representação que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) responde por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. Apesar de dois senadores peemedebistas estarem no foco da crise no Senado, Raupp negou que o partido esteja vivendo um período turbulento.
"O PMDB não fica enfraquecido, é o maior partido do Brasil, tem contribuído para a democracia brasileira. Qual partido nunca teve problemas? Acho que nenhum, a não ser os que não têm representatividade."
Denúncia
Gravações da polícia flagraram conversas entre Roriz e Tarcísio Franklin de Moura, ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), preso há duas semanas durante a Operação Aquarela.
Numa das conversas, Roriz e Moura negociam a divisão de dinheiro no escritório de Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol, dono de uma frota de ônibus e de uma empresa prestadora de serviços para o governo do Distrito Federal.
De acordo com a reportagem, Moura diz a Roriz: 'E de lá [do escritório de Constantino] sai cada um com o seu'.
Essa conversa foi gravada em 13 de março. Neste mesmo dia, segundo relatório do Coaf (Controle de Atividades Financeiras), vinculado ao Ministério da Fazenda, Constantino sacou R$ 2,2 milhões no BRB.
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