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Tuma diz que diálogo entre Roriz e Moura é "grave" e que quer ouvir empresário
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou nesta quarta-feira que é "grave" o conteúdo do diálogo entre o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) e o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Tarcísio Franklin de Moura.
Na gravação, feita por escutas telefônicas autorizadas, ambos tratariam de suposta partilha de dinheiro e ainda envolvem o nome do empresário Constantino de Oliveira, conhecido como Nenê, presidente do Conselho de Administração da Gol.
"O diálogo é importantíssimo e muito claro, poucas dúvidas ficam. Nós precisamos é realmente comprovar com documentos tudo aquilo que foi mostrado pela imprensa", afirmou Tuma. Segundo ele, os documentos e as cópias das gravações e do inquérito policial serão solicitados --à Polícia Civil e ao Ministério Público Federal-- ainda nesta quarta-feira.
Durante as investigações feitas pela Polícia Civil, através da Operação Aquarela, diálogos entre Roriz e Moura foram gravados. Neles, ambos trataram de negociar a partilha de R$ 2,2 milhões --de origem ignorada-- no escritório do empresário Nenê Constantino. Em nota, o senador rebateu as acusações.
Segundo Roriz, ele pediu R$ 300 mil a Constantino, em março, para comprar uma bezerra. De acordo com ele, o dinheiro foi obtido por meio de um cheque no valor de R$ 2,2 milhões oferecido pelo empresário. O peemedebista teria descontado o cheque no BRB para resgatar o valor em espécie, ficando com R$ 300 mil.
Investigações
O corregedor disse ainda que pretende ouvir o depoimento de Nenê Constantino, que teria emprestado R$ 2,2 milhões em cheque para o senador, além de ter tido o nome citado na conversa entre Roriz e Moura.
Segundo Tuma, há mais dados que estão sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo, que indicam a possibilidade de as negociações terem ramificações no Estado. Ele não detalhou essas suspeitas.
Se comprovadas as irregularidades, o corregedor disse que não restarão dúvidas de que Roriz quebrou o decoro parlamentar. "É grave. Tem quebra de decoro, é claro [se forem comprovadas as suspeitas]. Todo parlamentar tem que ter uma ética e disciplina moral, que não permitem que ele traia a população que votou nele", disse.
Tuma afirmou que Roriz prometeu que ainda hoje enviaria os documentos que comprovariam sua versão sobre o caso. Por meio de assessores, o peemedebista disse que possui todos os documentos que comprovam as suas negociações --entre eles, notas fiscais emitidas pela Associação de Marília, cópia de cheques recebidos e encaminhados, além de cópia do contrato entre ele e o empresário Constantino.
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