Ex-presidente da Infraero critica falta de comando único na aviação civil

O brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, criticou nesta quinta-feira a falta de um comando único no setor da aviação civil no país. Segundo ele, não há "eficácia" quando existe um sistema colegiado como o que rege a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Espontaneamente, o militar agradeceu a Deus por ter deixado o cargo que ocupava até o começo do mês.

"Graças a Deus, saí", disse Pereira, que presta depoimento à CPI do Apagão do Senado. O brigadeiro e a diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu estão sentados na mesma mesa. Porém, não há previsão de que se faça uma acareação entre eles, embora ambos tenham se criticado publicamente em ocasiões anteriores.

Segundo o brigadeiro, o sistema de colegiado da Anac --com cinco diretores no comando-- não é eficiente e lembrou que houve vários problemas ao longo do agravamento da crise aérea, como a ocorrência dos acidentes.

"Não acredito na eficácia de diretorias colegiadas. [Nesse sistema] ninguém é de ninguém", afirmou Pereira. "Não defendo esse sistema em que um manda e outro obedece, mas a coisa tem de ser sistematizada", disse ele.

Enquanto Pereira fala, a diretora Denise Abreu anota cuidadosamente tudo o que é dito por ele. A diretora não interferiu em momento algum. Ela foi a primeira a falar durante a abordagem do relator da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Ao se apresentar, Denise Abreu leu um documento no qual mencionou ter vários amigos políticos e reclamou de ter sido fotografada segurando um charuto, em março deste ano durante um casamento em Salvador.

"Fui exposta à nação como uma mulher insensível. Não fumo charuto. Nunca fumei charuto", disse Denise Abreu.

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