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Aliado de Lula diz que julgamento do mensalão vai influir em caso Renan
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), afirmou nesta sexta-feira que o julgamento dos 40 denunciados no mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) "inaugura um clima de punição" no país.
Segundo ele, a decisão tomada pela Corte deverá influenciar na votação do relatório que pode levar à cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de quebra de decoro por receber recursos da Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, como pensão alimentícia e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem teve uma filha.
"Essa decisão do Supremo inaugura um clima de punição que não havia nos últimos tempos e isso pode influenciar na situação do presidente do Senado", disse Campos, durante almoço em comemoração dos 60 anos do PSB, na Fundação Mangabeira, em Brasília.
Amigo do senador Renato Casagrande (PSB-ES), responsável pelo relatório que propõe a perda de mandato de Renan por quebra de decoro parlamentar, o governador apoiou o colega de partido. Segundo ele, a análise feita por Casagrande não foi política.
"Ele [Casagrande] tem liberdade e maturidade para conduzir o processo. Foi um inquérito que não cabe direcionamento político", disse Campos. Mas ao ser questionado se o julgamento de Renan, na semana que vem, também envolveria aspectos políticos, o governador reconheceu que "a votação [do relatório] não deixa de ser política [também]".
Independência
Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Campos foi seu ministro de Ciência e Tecnologia e é um dos assíduos freqüentadores do Palácio do Planalto. Mas em relação à defesa de Renan, optou por uma posição de independência. Tanto é que negou indiretamente qualquer possibilidade de apoiar o arquivamento das denúncias que tramitam no Senado contra o peemedebista.
De acordo com o governador, Renan não o procurou nem há chances de fazê-lo. "Não dou abertura para ele [Renan] fazer isso", encerrou Campos, sem estender mais o assunto.
Segundo ele, o tema está sob responsabilidade de Casagrande. Na próxima quarta-feira, está marcada nova sessão para discutir e votar o relatório de Casagrande e da outra relatora do processo, Marisa Serrano (PSDB-MS), propondo a cassação.
A votação movimenta o Senado, pois os aliados de Renan insistem em defender a absolvição do peemedebista, arquivando as denúncias.
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