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Renan conta com votos no DEM e no PSDB para ser absolvido
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FERNANDA KRAKOVICS
SILVIO NAVARRO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Além do apoio da base de sustentação do governo, Renan Calheiros deve contar com votos de senadores da oposição para arquivar o pedido de cassação contra ele, no plenário da Casa, onde a votação é secreta.
No DEM, ele deve ter o apoio de nove dos dezessete integrantes da bancada e, no PSDB, de pelo menos três dos treze. Para ser aprovado, o pedido de cassação tem de ter o respaldo de no mínimo 41 dos 81 senadores --maioria absoluta. Renan tem dito a aliados que terá mais de 50 votos a seu favor.
Em fevereiro Renan já contou com a oposição para derrotar o líder do DEM, José Agripino (RN), por 51 a 28, na eleição para a presidência do Senado.
Renan teve sua cassação recomendada, na última quinta-feira, pelos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS). A votação está marcada para quarta-feira no Conselho de Ética e a previsão é que seja aberta, mas aliados de Renan podem recorrer ao Supremo Tribunal Federal.
Em uma derrota do presidente do Senado, o conselho aprovou por 10 a 5 a realização de votação aberta.
Nesse processo, Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Mesmo que seja absolvido em plenário, o presidente do Senado ainda enfrentará outras duas representações que estão no conselho. Ele é suspeito de ter beneficiado a cervejaria Schincariol em troca de vantagens pessoais e de ter comprado empresas de comunicação, por meio de "laranjas", com dinheiro de origem desconhecida.
Renan deve ter o apoio dos seguintes senadores do DEM na votação em plenário: Adelmir Santana (DF), Antonio Carlos Júnior (BA), Edison Lobão (MA), Efraim Morais (PB), Heráclito Fortes (PI), Jayme Campos (MT), Jonas Pinheiros (MT), Maria do Carmo Alves (SE) e Romeu Tuma (SP).
No PSDB, além de Tenório, ele deve contar ainda com os senadores Papaléo Paes (AP) e Flexa Ribeiro (PA), pelo menos.
Um indicativo de que a oposição está rachada é que as lideranças do PSDB e do DEM só conseguiram sustentar uma obstrução dos trabalhos do Senado durante uma semana. A intenção era não votar nada em plenário até a conclusão do processo contra Renan, mas os líderes não conseguiram controlar as próprias bancadas.
Também não é esperada unanimidade entre governistas. Renan contará com o apoio do PT, mas as exceções devem ser os senadores Eduardo Suplicy (SP), Augusto Botelho (RR) e Flávio Arns (PR).
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