Senado tem 5 dias para definir sucessor de Renan; oposição prepara nomes

A corrida pela sucessão à presidência do Senado, caso o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) seja cassado --ou renuncie ao comando da Casa-- nesta quarta-feira, será deflagrada logo após a votação que vai definir o futuro político do peemedebista. Os senadores terão apenas cinco dias para escolher e eleger o substituto de Renan --como previsto pelo regimento do Senado --caso ele perca o mandato.

Oficialmente, os senadores evitam apresentar nomes para o cargo. Nos bastidores, porém, a oposição já lançou o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) como substituto de Renan. O peemedebista evita falar publicamente sobre a sua candidatura com o argumento de que primeiro os senadores devem selar o destino de Renan.

"Primeiro vamos resolver o futuro do senador Renan. As candidaturas vão aflorar na mesma hora se amanhã houver um veredicto contra o presidente do Senado", avaliou Jarbas.

O nome do ex-governador de Pernambuco tem a simpatia de vários integrantes do PSDB e do DEM, que estão dispostos a deixar a presidência com o PMDB --preservando a tradição da Casa de que o partido com a maior bancada fica no comando do Senado.

Atualmente, o PMDB tem a maior bancada no Senado, com 19 senadores, seguido pelo DEM, com 17 parlamentares, e o PSDB, com 13 senadores. O PT é a quarta bancada do Senado, com 12 parlamentares no total.

Renan é acusado de ter utilizado recursos da construtora Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, como aluguel e pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.

Jarbas x Sarney

Jarbas é da ala independente do partido, sem vínculos diretos com o Palácio do Planalto. Por este motivo, seu nome tem o apoio da oposição. O senador já declarou o voto contrário à absolvição de Renan, como recomenda o PMDB.

O PSDB e o DEM não estão dispostos a apoiar um nome do PMDB que seja alinhado com o Palácio do Planalto. Os governistas, de forma discreta, também lançaram o nome do senador José Sarney (PMDB-AP) para a presidência da Casa.

Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) já se mostraram contrários ao nome de Sarney, mas sem mencionar o nome do ex-presidente --a quem se referem como "representante da oligarquia política". "Ainda não tomamos uma posição de partido. Nada de aceitar alguém que represente o velho ou a oligarquia", disse Virgílio.

Os tucanos ameaçam lançar candidato próprio à presidência do Senado caso o PMDB insista na indicação de Sarney. Apesar da pressão pela apresentação de nomes, os peemedebistas evitam falar publicamente sobre a sucessão de Renan antes que o destino do colega de partido seja selado pelo plenário do Senado.

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