Publicidade
Publicidade
Em Manaus, Chávez critica Congresso por demora em aprovar entrada no Mercosul
Publicidade
da Efe, em Manaus
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou a criticar os Congressos do Brasil e do Paraguai pelo atraso em referendar a entrada do seu país no Mercosul. Chávez chegou hoje a Manaus (AM) para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Nós temos dignidade, e não ficaremos nos arrastando nem implorando a ninguém", disse ele, ao sentenciar que a Venezuela "continuará trabalhando" em favor da integração, mesmo que não entre no Mercosul.
Ele disse que a exclusão da Venezuela do Mercosul seria uma vitória do "império" contra a América do Sul. "Caso a Venezuela não entre no Mercosul, será uma vitória do império, mas uma vitória com mais danos ao vencedor", afirmou.
Em agosto, Chávez criou polêmica ao dar até o final do ano de prazo para os Congressos brasileiro e paraguaio regularizarem a entrada da Venezuela no Mercosul. Depois, ele recuou e negou que tenha dado um ultimato. "Não dei um ultimato a ninguém. Que ultimato posso dar ao Congresso do Brasil ou ao Congresso do Paraguai, que são soberanos?", perguntou Chávez em seu programa "Alô Presidente" no início de agosto.
Essa não foi a única polêmica envolvendo Chávez e o Congresso brasileiro. No final de maio, ele disse que o Senado brasileiro agia "como um papagaio" do Congresso americano e que era mais fácil o Brasil voltar a ser colônia portuguesa do que o seu governo devolver a concessão ao canal oposicionista RCTV. "O Congresso brasileiro está agora subordinado ao de Washington", disse Chávez. "O Congresso do Brasil deveria se preocupar com os problemas do Brasil. O Congresso é dominado pelos movimentos e partidos da direita, que estão tentando que a Venezuela não entre no Mercosul."
As declarações de Chávez, feitas em cadeia nacional de televisão durante assinatura de acordos com uma delegação do Vietnã, foram uma resposta ao requerimento aprovado pelo Senado brasileiro com um pedido para que ele devolva a concessão ao canal, que terminou no domingo e não foi renovada.
Pena
Chávez disse que sente "pena" e "vergonha" pela demora na concretização de projetos propostos por ele --como o Gasoduto do Sul e o Banco do Sul-- e na aprovação, pelos Congressos do Brasil e do Paraguai, da entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul.
"Mais que chateado, me sinto triste e envergonhado", declarou Chávez, antes de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Chávez afirmou que por trás dos atrasos e dos desencontros, "está a mão do império [Estados Unidos]", que quer impedir a união latino-americana.
O líder venezuelano sustentou que a única intenção da Venezuela é compartilhar suas enormes reservas de gás e petróleo com o resto da América do Sul, mas alertou que os EUA "conspiram" contra esses projetos para manter a região "submetida".
Sobre o Gasoduto do Sul --um projeto para levar gás venezuelano até a Argentina passando por território brasileiro--, Chávez disse que "não é possível entender a resistência" existente em certos setores do Brasil.
Ele admitiu, no entanto, que há impedimentos "burocráticos" ainda não superados por ambas as partes --em referência à Venezuela e ao Brasil--, que devem prejudicar as primeiras fases do projeto.
Além disso, Chávez alertou que existem outras "alternativas", como a construção de unidades de regaseificação de gás liquidificado, que segundo ele, já começaram a ser estudadas com o presidente da Argentina, Néstor Kirchner.
O presidente venezuelano insistiu, no entanto, na "necessidade" do gasoduto e alertou que, se os outros países se opuserem a isso, "um dia baterão à porta da Venezuela".
Banco do Sul
Chávez também mencionou as dúvidas e ressentimentos que persistem em setores brasileiros em relação ao Banco do Sul. Ele disse que esta nova instituição entrará em funcionamento em novembro, com Venezuela, Equador, Argentina e Bolívia.
"Tomara que conte também com Brasil, Paraguai e todos os países da América do Sul", disse Chávez, que afirmou, no entanto, que a Venezuela não "pode esperar mais" para levar o projeto à frente.
"Falamos com Kirchner, com [o presidente equatoriano Rafael] Correa e com [o presidente boliviano] Evo Morales. Estamos prontos para começar em novembro", disse.
Segundo Chávez, a sede do Banco do Sul será em Caracas. Ele acrescentou que "não serão necessárias mais reuniões, porque tudo está pronto e não se pode esperar mais", principalmente depois das turbulências financeiras ocorridas nas últimas semanas, devido ao que qualificou de "conduta irresponsável" do governo dos EUA. "Temos que nos proteger, pois não sabemos quando a bolha especulativa explodirá."
Com Folha Online e Folha
Leia mais
- RCTV dribla Chávez e mantém transmissões via internet
- Comentário: Fim da RCTV foi "sem querer querendo"
- Para analistas, morte da RCTV "asfixia" oposição na Venezuela
- Oposição na Venezuela pede referendo sobre fechamento de TV
- Venezuelanos organizam novo protesto contra fim de TV
- Lula diz que fechamento da RCTV é problema da Venezuela
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice
avalie fechar
avalie fechar
avalie fechar