Publicidade
Publicidade
Visita de Tarso é irrelevante, diz procuradora
Publicidade
PEDRO DIAS LEITE
Enviado especial da Folha a Mônaco
A visita do ministro da Justiça, Tarso Genro, a Mônaco não ajuda em nada no processo de extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, segundo a procuradora-geral do principado, Annie Brunet-Fuster. Tarso chega segunda-feira a Mônaco.
"É uma visita de ordem diplomática, que demonstra a importância do caso. Ele decidiu vir e deve assumir a responsabilidade. Não posso impedi-lo de vir. Ele será recebido de forma cortês, mas no plano judiciário o que preciso é dos documentos", disse ela.
Brunet-Fuster precisa dos documentos para fazer uma espécie de dossiê que será enviado à Corte de Apelações de Mônaco, tribunal colegiado que decidirá o destino de Cacciola.
O Brasil tem prazo de até 40 dias, que já começou a correr, para apresentar os documentos necessários para a extradição. Se a decisão da Corte for contrária ao banqueiro, chega à mesa do príncipe Albert 2º, que tem o direito de ratificar ou não a decisão. Ele jamais contrariou uma decisão da Corte, segundo o advogado monegasco de Cacciola, Franck Michel.
Brunet-Fuster afirma que, do ponto de vista jurídico, a única forma de a visita de Tarso ter relevância é se o ministro trouxer os documentos de extradição. "A visita de um ministro mostra a importância dada ao processo pelo governo brasileiro, mas não pode mudar em nada a aplicação da lei. O processo vai seguir as disposições legais. Logo, que o ministro venha ou não, para o processo, não muda nada."
Mas, se não ajuda, a visita de Tarso também não atrapalha, na visão da procuradora-geral. Ela diz que o que importa para a extradição é a decisão da Justiça brasileira, que condenou Cacciola em 2005. "Se temos um dossiê da Justiça que diz que alguém foi condenado por tal crime, o resto é bravata."
Brunet-Fuster também reafirmou que não é necessário um acordo de extradição com o Brasil para que o ex-banqueiro seja enviado ao país. "A lei de Mônaco permite a extradição, mesmo que não tenhamos uma lei específica", disse. "Não há nenhuma razão para que não o extraditemos", completou.
O Ministério da Justiça informou, via assessoria de imprensa, que a viagem não é destinada à apresentação do pedido de extradição, mas uma demonstração da importância do caso para o governo brasileiro. A intenção, informou, é garantir a manutenção da prisão de Cacciola até que o pedido de extradição esteja pronto, provavelmente na semana que vem.
Ainda segundo a assessoria, Tarso Genro teria percebido interesse das autoridades de Mônaco por mais informações sobre o caso. Ele levará uma cópia do processo em português e um sumário em francês. O pedido de extradição será apresentado após concluída a tradução das 552 páginas do processo, que está em andamento.
Cacciola era dono do banco Marka e foi condenado a 13 anos de prisão, em 2005, pela prática dos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira no mercado brasileiro e peculato (usar o cargo para apropriação ilegal de dinheiro).
O governo brasileiro teve um prejuízo de R$ 1,6 bilhão no episódio, quando injetou dinheiro no Marka e no banco FonteCindam sob a justificativa de evitar uma crise de todo o sistema bancário. Cacciola estava foragido desde 2000.
Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br
Leia mais
- Entenda o caso do banco Marka e de Salvatore Cacciola
- Juíza do Rio determina prisão de Cacciola, detido desde sábado em Mônaco
- Para governo, Mônaco deverá conceder pedido de extradição de Cacciola
- Lei de Mônaco não permite extradição de Cacciola, diz advogado
- Justiça mantém prisão de Cacciola; advogado diz que Itália entrará no caso
- Ministro do STF diz que não se arrepende de liminar que liberou Cacciola
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice
avalie fechar
Como ele tem dupla cidadania, seria até fácil.
E considerando-se que a maioria dos nossos políticos tem ficha na polícia, tem até ex-terroristas, um crimezinho do "colarinho branco" até que não seria grande coisa...
Tem um certo partido aí, que faz o que quer e que mesmo quando são pegos em alguma sujeira, não acontece nada com eles, porque é só dizerem as palavrinha mágicas:
"Eu não sabia de nada...", que tudo acaba em pizza.
Como ele também é meio italiano e deve adorar pizza, AQUELE partido seria ideal para ele...
avalie fechar
avalie fechar