Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/12/2007 - 12h42

Lupi diz que não cabe a ele escolher entre a presidência do PDT e o ministério

Publicidade

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Aconselhado pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República a deixar a presidência do PDT, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse que não cabe a ele escolher entre presidir o seu partido e permanecer no governo. "Não depende de mim escolher [entre a presidência do PDT e o ministério]", afirmou.

O argumento de Lupi é que ele foi eleito pelos pedetistas para ser o presidente nacional da legenda e escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro. E por isso não "caberia" uma escolha pessoal entre uma situação e outra.

'Eu sou presidente eleito do PDT e fui eleito para esta função. O cargo de ministro é de confiança do presidente da República", afirmou Lupi, após reunião com o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC).

Na semana passada, a comissão recomendou que Lupi deixasse a presidência do PDT sob o argumento de ele exercer simultaneamente o cargo público e de direção político-partidária.
De acordo com a comissão, o exercício das duas funções ao mesmo tempo comprometeria a "necessária clareza de posições de autoridades públicas".

No pelo parecer, aprovado no último dia 26, a comissão deu 10 dias de prazo --a partir do recebimento do comunicado-- para Lupi "tomar as providências cabíveis" e "dirimir o conflito de interesses".

Perseguição

Lupi sinalizou que se julga perseguido pela comissão, pois existiriam outros detentores de cargos públicos que também acumulam funções político-partidárias. "Por que só eu? Não só eu sou dirigente. Tem governador de Estado que é presidente de partido", afirmou ele.

Indiretamente, o ministro se referia ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que também é o presidente nacional do PSB. Mas Lupi não citou o nome de Campos, apenas mencionou a situação.

Reportagem de hoje da Folha informa que as centrais sindicais pedirão o afastamento de Marcílio Marques Moreira, presidente da Comissão de Ética Pública.

Cinco entidades sindicais atacam Moreira por ser do conselho de administração da American BankNote, que recebe cerca de R$ 5 milhões para fazer as carteiras de trabalho. Lupi pretende trocá-las por um cartão magnético.

De acordo com a reportagem, Moreira diz que a empresa ganhou em leilão eletrônico o direito de confeccionar as carteiras de trabalho. "Tal fato não tem relação com as atividades do conselho de administração."

Na sexta-feira, as centrais sindicais divulgaram nota em solidariedade ao ministro. "O elevado comportamento moral, ético e político do ministro Lupi à frente da pasta do Trabalho e Emprego é uma incontestável demonstração de que não há nenhuma incompatibilidade no exercício simultâneo dos cargos partidário e na administração pública que ocupa", diz trecho da nota assinada pela Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) é presidente da Força Sindical, além de comandar o diretório do PDT-SP.

Com Folha de S.Paulo

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br

Comentários dos leitores
Evandro Loes (54) 26/12/2007 17h27
Evandro Loes (54) 26/12/2007 17h27
Que bom seria se os problemas do país se resumissem na questão de ética de um dirigente partidário ser ou não ministro. Infelizmente essa questão é secundária, pois os problemas do país e do próprio governo são muito maiores. Acho que o Ministro Lupi deveria se afastar da presidência se quiser continuar no cargo governamental, porque o PDT adotou uma linha de oposição no primeiro mandato, ainda sob o comando do Brizola. O partido reviu sua posição, mas não é unanimidade no PDT o apoio ao governo. Além disso, Lula pode estar fazendo um governo razoável, mas seus erros não poderão ser contestados pelo PDT, uma vez que o presidente do partido ocupa um cargo no ministério.
Muito sábias as palavras do Sr. Guttenberg. Só vejo que se as políticas em vigor são as melhores para o país, por que não adotá-las. Já opinei em outro comentário de que não será surpresa se José Serra for o suc essor apoiado por Lula.
sem opinião
avalie fechar
Guttemberg Guarabyra (12) 24/12/2007 14h18
Guttemberg Guarabyra (12) 24/12/2007 14h18
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, desembarcou do PSDB e associou-se ao PT para compor a equipe econômica, ex de FHC, que continuava mantendo o mesmo programa, agora a serviço do governo Lula. Porém, chefiando o grupo, os quadros do PT forneceram Antonio Palocci - sobre quem FHC teceu mais ou menos o seguinte comentário: "Se soubesse que o PT tinha alguém pensando a economia desse jeito, eu mesmo o teria requisitado"
Tratava-se do primeiro passo rumo à grande experiência de simbiose jamais realizada na história deste país.
A experiência progrediu quando o Bolsa Escola, da era FHC, e seus primos se metamorfosearam no Bolsa Família. O Fundef, da era FHC, mudou apenas uma simples letra, e grafou Fundeb, para firmar a simbiose mais simples da série. O programa Luz no Campo (maior programa de eletrificação rural do mundo, da era FHC) transformou-se, num só golpe simbionte no melhor estilo petista, em Luz para Todos. Agora, só falta o PSDB apoiar a recriação da CPMF e Lula continuar privatizando (coisa que jurava que jamais faria) para que a barba do presidente acabe dotando de cabelos a careca de José Serra, numa simbiose perfeita. Apresentando um fenômeno de simbiose desses, o Brasil, que jamais obteve o prêmio, ano que vem terá condição absoluta de ganhar o Nobel de Ciência. Ou, no mínimo, o Oscar de melhor comédia.
2 opiniões
avalie fechar
Valeu, Valeu. sem opinião
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (9)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página