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23/08/2002 - 17h49

Sabatina Genoino: leia 1ª parte da íntegra das perguntas dos leitores

da Folha Online

Na primeira parte de perguntas dos leitores ao candidato petista ao governo de São Paulo, José Genoino, são abordados os seguintes assuntos: relação do PT com a Justiça, a administração Marta Suplicy, desenvolvimento sustentado, educação e geração de empregos.

A sabatina com Genoino é a última do evento realizado pela Folha de S.Paulo com candidatos ao governo. Participaram da sabatina o editor de Cotidiano, Nilson de Oliveira, o editor do Painel, Rogério Gentile, o secretário de Redação da Folha Online, Vaguinaldo Marinheiro, e o mediador, o secretário de Redação da Folha, Fernando Canzian.

Fernando Canzian: Deputado, a gente vai passar aqui para o segundo e último bloco, eu queria manter aqui os 60 minutos da pergunta dos leitores. Já que tem muitas aqui. Eu pediria então aos leitores que quando eu anunciar o nome do leitor, da pergunta que está sendo lida aqui, por favor, identifiquem para os fotógrafo da Folha, obviamente se concordarem para ser fotografados. Pediria ao candidato que o senhor respondesse de maneira mais objetiva possível, tem muitas perguntas eu gostaria de dar fluxo aqui. As perguntas que não forem respondidas serão entregues depois publicamente aqui para o senhor, tem muitas com telefone, e-mail, etc, sua assessoria, o senhor próprio pode responder depois. O Cleber Moreira.

Pergunta da platéia: Toda vez que há denúncias contra membros do PT, a primeira coisa é vocês desqualificarem os denunciantes. O Ministério Público, a Polícia Federal, a sociedade são todos levianos? Quem denuncia o PT é leviano? Pergunta o Cleber.

José Genoino: Não é leviano, nós levamos em conta as denúncias, fazemos as investigações e respeitamos o Ministério Público e a polícia. Agora, tem vezes, em certas circunstâncias, parte do Ministério Público, e parte da Polícia Federal que fazem ações exageradas no ponto de vista político, e é isso que nós criticamos. Mas nós, se há um partido que mais deu força e apoio ao Ministério Público é o PT. Vocês sabem disso, inclusive por ação parlamentar no Congresso Nacional.

Fernando Canzian: O Danilo José da Silva, estudante.

Pergunta da platéia: Por que o Paulo Maluf está à frente nas pesquisas, como ele consegue isso?

José Genoino: Olha, eu não vou comentar pesquisa de meu adversário histórico. Aliás, adversário histórico do PT. Adversário esse que eu quero derrotar porque São Paulo não pode, na minha avaliação, ser governado por um político que já governou a cidade de São Paulo e o Estado e tem uma administração que, do ponto de vista da sua eficiência de obras mal feitas, obras caras, com dívida passada para o seu sucessor, não é recomendável. E é esse tipo de enfrentamento político de programa e de projeto que eu vou fazer. E é claro que na campanha eleitoral essas questões vão ficar claras e certamente a população vai ter melhores condições de optar, de escolher os candidatos.

Fernando Canzian: A Elisângela Gil.

Pergunta da platéia: Sendo eleito governador, o senhor acredita que vai poder ajudar a prefeitura paulista, já que as pessoas têm reclamado muito da conduta da prefeita Marta Suplicy? Como?

José Genoino: Olha, em primeiro lugar o governador do Estado tem uma grande responsabilidade com a cidade de São Paulo. A maior cidade da América Latina, uma cidade que é a porta de entrada do Brasil, a porta de entrada do mundo no Brasil, a porta de saída econômica, uma cidade de negócios, uma grande cidade que precisa de um governador parceiro da administração. Questões como saneamento, combate às enchentes, organização do transporte coletivo, integrando metrô, trens e ônibus com bilhete único que é a nossa proposta, fazendo ações de obras viárias, como por exemplo a proposta que nós estamos fazendo que é construir, na cidade de São Paulo, uma grande plataforma logística para articular, para incentivar, para agir no sentido de ter centro de eventos, centro de comunicação, centro de disputa tanto da nossa, dos nossos interesses no comércio como também na relação de São Paulo e do Brasil com o mundo. Vai exigir um governo que incorpore a dimensão metropolitana na gestão da região metropolitana. Não só da cidade de São Paulo, como do ABC, Guarulhos, Osasco e as demais cidades que integram a região metropolitana da Grande São Paulo.

Pergunta da platéia: O senhor não acha que a nossa prefeita está querendo ser mais atriz global de que uma figura política, já que estamos cansados de vê-la nas revistas "Caras", "Quem" e etc. Preferia ver nos jornais o que ela anda fazendo e não a sua roupa nova. Como o senhor vê essa questão?

José Genoino: Olha, a Marta Suplicy trabalha para melhorar a cidade de São Paulo. Ela anda em toda essa cidade, age em toda essa cidade, está presente em toda esta cidade, eu acho que as pessoas deveriam respeitar a personalidade da prefeita, mas a Marta Suplicy não pratica nada, no governo, que comprometa a maneira ativa, a maneira generosa de liderança que ela está governando São Paulo. Se comparar a cidade de São Paulo hoje, no governo da Marta, com um ano e meio de governo, o que ela já fez por essa cidade, no meu modo de entender, deveria ter uma avaliação positiva. Mas a crítica faz parte do jogo, faz parte do debate e nós temos que aceitá-la e respondê-la tranquilamente. A prefeita Marta Suplicy é uma grande prefeita e está fazendo o maior programa de inclusão social na cidade de São Paulo em um ano e meio do governo.

Vaguinaldo Marinheiro: As pessoas não estão percebendo isso.

José Genoino: Olha rapaz, se as pessoas não percebem isso devem criticar.

Vaguinaldo Marinheiro: Estão criticando.

José Genoino: Não estou deixando de reconhecer essas observações. O que eu estou dizendo para você é que o prioritário para mim, ao avaliar um governante, não é a roupa que ele veste. O prioritário para mim, ao analisar o governante, é a ação de governo. São as medidas administrativas. São os efeitos na vida das pessoas, é isso que eu estou respondendo.

Vaguinaldo Marinheiro: Mas as pessoas não estão sentindo esses efeitos.

José Genoino: A própria pesquisa Datafolha mostra que os efeitos estão sendo sentidos. Estou andando com a Marta Suplicy em toda a periferia de São Paulo, e as pessoas sentem o efeito positivo da gestão Marta Suplicy no Estado de São Paulo.

Fernando Canzian: Rapidamente eu queria que o senhor comentasse. O senhor uma vez disse que o local que o senhor mais gosta na cidade de São Paulo é o centro. Uma delas era tirar os mendigos debaixo do viaduto, outra era fazer com que os prédios vazios se transformassem em habitação para sem-teto e prometeu até banheiro para as pessoas que moram na rua. Os mendigos estão embaixo do minhocão, não há banheiros e os prédios estão vazios um ano e meio depois.

José Genoino: A Marta está complemento, implementando um programa de revitalização no centro de São Paulo que é um programa fundamental para a cidade de São Paulo e para o Estado de São Paulo. E eu quero dizer para quem perguntou e também para você, Fernando, que como governador de São Paulo vou trabalhar junto com a prefeita Marta Suplicy pela revitalização do centro de São Paulo. A minha relação com o centro de São Paulo é uma relação muito forte. Mas não é apenas a minha relação, toda grande cidade como São Paulo tem que ter uma grande identidade e o centro histórico de São Paulo precisa tanto de uma ação da prefeita, que está, com muito esforço, com muita dificuldade, implementando, e agora vai implementar numa velocidade maior, como também uma ação do governo do Estado, porque o governo, às vezes, o governador, às vezes, se comporta em relação à cidade de São Paulo como se essa cidade não fosse uma das prioridades no seu governo.

Fernando Canzian: O Emílio Ferreira Neto, publicitário.

Pergunta da platéia: Reconhecidamente um anti-malufista histórico, pergunto se em caso de um segundo turno entre Maluf e Alckmin, o senhor apoiaria publicamente o candidato tucano?

José Genoino: Em primeiro lugar, eu quero dizer para o publicitário que eu estarei no segundo turno. (aplausos).

José Genoino: Pode ficar tranquilo que você vai votar, vai votar em Genoino, derrotar o Alckminou ou derrotar o Maluf. Portanto fique tranquilo que você vai ter que escolher. Entre o péssimo e o ruim, você vai ter o melhor, você vai ter o futuro, a esperança e a mudança para derrotar o que há de pior. (aplausos).

Fernando Canzian: O estudante Luciano Barbosa.

Pergunta da platéia: A imprensa escrita e falada tem um lado nesta eleição?

José Genoino: Olha, eu quero, nesse momento, fazer uma referências à imprensa nessa eleição. E eu faço isso porque eu participei da campanha das Diretas, participei da eleição de 89, de 94, de 98, e vamos fazer aqui uma declaração de reconhecimento do papel que a imprensa, toda a imprensa, todos os seus meios de comunicação, na televisão, no rádio e no jornal, dando espaço com tratamento para os candidatos. Eu acho que está sendo muito positivo. O próprio debate que nós estamos realizando aqui. Não me consta de outras eleições com esse tipo deDebate. A televisão, portanto eu quero deixar claro que a mídia está contribuindo para que a gente tenha uma eleição em que se parta da presunção de que os competidores são iguais para ganharem ou perderem.

Fernando Canzian: Letícia Casado, estudante de jornalismo da faculdade Mackenzie.

Pergunta da platéia: Eu gostaria de saber qual a sua posição sobre a legalização da maconha. E isso ajudaria a combater o tráfico de drogas e o crime organizado?

José Genoino: Olha, uma das coisas positivas que aconteceu com esse país foi exatamente o avanço e a modernização da legislação no que diz respeito aos dependentes das drogas leves. Não dá o tratamento apenas policial, dá um tratamento na área educacional, na área da assistência, na área do acompanhamento familiar, isso é o que deve ser feito. Portanto, o dependente de drogas tem que ter um tratamento de educação, de assistência, diferentes do traficante, diferente daquele que usa o tráfico, o comércio de droga para corromper, para lavagem de dinheiro, para depósitos em paraísos fiscais, aí tem que ter uma repressão inteligente e firme contra o tráfico de droga. Portanto, você dá um tratamento como fosse saúde pública, um tratamento de assistência e de educação é o que que está acontecendo no país, eu acho que isso é positivo.

Fernando Canzian: A leitora Leonilda, assistente social.

Pergunta da platéia: Candidato, quais são os pontos positivos do atual governo e no eventual governo seu quais programas devem permanecer?

José Genoino: Olha, vamos por partes. Em primeiro lugar eu vou mudar profundamente a política econômica do Estado de São Paulo e do Brasil com a eleição do Lula para ter emprego, para ter crescimento econômico. A minha crítica ao governo do Estado é que São Paulo, com esse modelo econômico aí, não cresceu para gerar emprego, gerar oportunidade. A minha crítica se dá de maneira muito contundente, eu deixei isso aqui no plano da segurança pública que o número de sequestros, o número de homicídios cresceu no Estado de São Paulo. As minhas críticas a maneira como o governo defendeu os interesses de São Paulo. Seja na reforma tributária, seja na guerra fiscal, seja na negociação da dívida de São Paulo. Mas nem tudo pode ser tratado como algo negativo. Nós vamos, algumas coisas nós vamos mudar radicalmente. Nas outras coisas nós vamos mudar naquilo que está errado. O que está errado podemos mudar 40%, 50%. Por exemplo, vou dar um exemplo aqui. Saúde, existe a fundação do remédio popular. Que é algo positivo, mas não merece a atenção especial do governo para garantir o remédio de graça, principalmente para a população pós-alta, nós vamos aumentar o reforço para a fundação do remédio popular. É uma questão importante. Na área da saúde, nós vamos aumentar os gastos, o governo gastou quase 11%, nós vamos chegar a 12% e nós vamos continuar implementando o Sistema Único de Saúde, que já está sendo implementado aqui. Então nós vamos melhorar, com a nossa proposta de governo, o sistema de saúde. Já o pedágio, nós não vamos manter o número de pedágios, nós não vamos reestatizar as estradas, de jeito nenhum. Mas o número de pedágios, há um grande exagero. Nós vamos diminuir o número de pedágios, a concessionária pode explorar a estrada, mas não com o número de pedágio que tem hoje. Alguns nós vamos diminuir, nós vamos desativar, principalmente entre cidades vizinhas. Então eu estou dando exemplo, por exemplo, eu já disse aqui na área da educação, o erro do sistema de avaliação foi exatamente na aprovação automática. Nem vamos voltar ao velho sistema da repetição, nem vamos desfazer nem vamos fazer esse sistema da aprovação automática. Então aí nós vamos fazer mudanças para que o aluno seja avaliado no limite, no limite dessa avaliação ele pode não ser aprovado. Isso aliás acontece nas escolas privadas, por exemplo.

Fernando Canzian: Allan Fonseca.

Pergunta da platéia: Se você vai manter o Poupatempo. Ele acha que possivelmente foi a obra mais notável do atual governo.

José Genoino: Assino embaixo. O Poupa tempo no meu governo vai ser ampliado, vai crescer mais ainda e nós vamos inclusive, no Poupatempo, transformar e fazer modificações para ser um grande centro de atendimento à população, um centro de informação, portanto o Poupatempo foi uma experiência positiva que nós vamos ampliar e desenvolver e foi uma boa lembrança, eu assino embaixo a pergunta do... Allan Fonseca.

Fernando Canzian: O Rafael Duarte, estudante.

Pergunta da platéia: O sustentável tem sido a questão mais discutida atualmente, inclusive será o ponto central da Rio +10, na África do Sul, na semana que vem. O senhor tem algum projeto nesses moldes para São Paulo?

José Genoino: Temos, nós temos que incorporar, no desenvolvimento econômico, a oferta então, a idéia, a base da sustentabilidade. E São Paulo tem que enfrentar esse problema. Nós temos problemas seríssimos para que o desenvolvimento econômico, de maneira racional, de maneira equilibrada, com suporte tecnológico e inovação tecnológica, ele também tenha uma oferta então na preservação do meio ambiente, na sua capacidade de sustentação e na qualidade de vida. E nós temos alguns problemas sérios em São Paulo. Por exemplo, em relação a nossas águas, em relação às nossas represas, em relação aos depósitos de resíduos sólidos, em relação à qualidade do meio ambiente, em relação à preservação das áreas de mananciais. Nós vamos ter que ter um programa articulado com uma ação do governo do Estado, com as prefeituras, com todas elas, independente de partido, e com a iniciativa privada para incorporar, no desenvolvimento econômico e crescimento econômico, a dimensão colocada na pergunta. Eu acho que o desenvolvimento econômico tem que estar amparado, ancorado em alguns requisitos. A sua capacidade de inovação tecnológica, a inclusão social e a sustentabilidade do ponto de vista da preservação do meio ambiente, qualidade de vida para as pessoas.

Fernando Canzian: O Jorge Alberto, empresário.

Pergunta da platéia: O senhor afirmou em Sertãozinho que o desemprego é uma consequência da falta de apoio do governo ao empresário. O senhor acredita que o PT é o melhor partido para dar apoio ao empresariado?

José Genoino: Acredito sim. E eu já disse que vou fazer um governo de aliança com empresariado. Vou construir um pacto pelo emprego e pela produção. E quando eu disse isso em Sertãozinho, eu citei o exemplo da questão da cana-de-açúcar. No caso da cana-de-açúcar, nós podemos fazer uma negociação com as montadoras, nós podemos fazer uma negociação com os plantadores de cana e com os donos de usina para aumentar a frota de carro a álcool, as montadores, portanto, fabricaram carro a álcool. O governo do Estado compra a frota verde. E, ao mesmo tempo, você aumenta os empregos no setor canavieiro. A mesma coisa nós faremos, por exemplo, ao colocar na merenda escolar o suco de laranja, nós vamos aumentar emprego nessa área. Quando, por exemplo, eu defendo que o governo do Estado construa redes e incentive redes de pequenas e médias empresas no Estado, fazendo dessas redes de pequenas e médias empresas, a exemplo do que acontece na Itália, nós possamos dar condições a esse grande número de pequenas e médias empresas, que de 150 mil empresas em São Paulo é 80% micro, pequenas e médias, o crescimento, as oportunidades e a geração de emprego. Portanto eu quero deixar claro que o PT fará um governo em aliança com o empresariado. Não serei um governo de banqueiros nem de concessionárias de serviço público. Vou ser um governo da produção, do crescimento econômico, do pequeno, do micro, do médio e do grande empresário. Isto é, eu vou construir, junto com Luis Marinho, que é o meu vice, uma aliança pelo emprego e pela produção em São Paulo. Aliás, o Marinho tem toda a credibilidade para ser o grande articulador de uma aliança com o empresariado e com os trabalhadores para fazer São Paulo crescer gerando emprego e oportunidade.

Fernando Canzian: A Marina Gordon faz uma pergunta aqui que eu queria emendar uma minha aqui.

Pergunta da platéia: Gostaria que o senhor comentasse sobre a esquerda hoje no Brasil e como o PT se encaixa nisso. Eu queria do senhor um comentário também sobre como é que está a campanha do Lula. Hoje o Lula não quer briga, está numa posição confortável, lider nas pesquisas e está vendo os dois candidatos aí, Ciro e Serra se degolando ainda, enfim. Ontem saiu uma declaração que está publicada no "Globo" hoje: "Lulinha não quer briga. Ele dizendo. Lulinha quer paz e amor". Você acha que o Lula light não está exagerando um pouco, não deveria ser um pouco mais ideológico, ele se apresentar um pouco mais como oposição?

José Genoino: Fernando, um partido como o PT, uma liderança como o Lula que pretende ganhar a eleição e governar o Brasil, isso é a maior de todas as brigas, é a maior de todas as lutas, é a maior de todas as mudanças, portanto nós estamos na briga. Agora, nós estamos na boa briga. Nós estamos no bom, na boa luta, a briga, para nós, e o PT amadureceu, o PT mudou mas não mudou de lado, é a briga por projetos, é a briga pela esperança, é a briga pela mudança, não é a briga pessoal. Vamos deixar claro, eu sou de esquerda, trabalho e trabalhei muito pela unidade da esquerda. E a esquerda, ela é protagonista de futuro, de esperança. A esquerda é protagonista do melhor, essa é a boa briga, essa é a grande briga que a esquerda está fazendo. Então o Lulinha está fazendo a maior briga na história dos 500 anos de Brasil, para governar este país. E o Genoíno, junto com o Mercadante e com o Wagner Gomes, está fazendo a maior briga para São Paulo ter um governo de mudança. Isso é uma grande briga. Pode ter certeza que isso é briga. Isso é esquerda, isso é mudança, isso é oposição, porque nós vamos mudar a vida das pessoas. O meu compromisso com a política é mudar, é melhorar a vida das pessoas. Isso que nós estamos fazendo. Portanto, o PT está mais maduro, mais preparado porque o que está em jogo não é o PT enquanto partido ou as lideranças, o que está em jogo é um projeto para o futuro e para o Estado de São Paulo.

Pergunta da platéia: No episódio ocorrido aqui em São Paulo com o vereador Gianazzi, o senhor diria o que PT deu mostras de intransigência?

José Genoino: Não.

Fernando Canzian: O senhor poderia relembrar o caso?

José Genoino: O vereador Gianazzi deixou de votar numa decisão partidária, que o partido tomou a decisão inclusive no encontro municipal a respeito de uma proposta do governo de 31% para a educação, incluindo os 31%, o kit escolar, o material escolar e o uniforme.


Nilson de Oliveira: E os inativos.

José Genoino: e os inativos, e no caso dos inativos, essa é a questão que desde quando a gente discutia este problema com o Florestan Fernandes na época da LDB, havia um consenso que o problema dos inativos tem que ser resolvido processualament porque é um grande problema a ser solucionado. Qual foi o erro do Gianazzi. O Gianazzi podia defender a opinião que ele achasse mais correta, e aliás, Fernando, eu quero dirigir ao, quem fez a pergunta? Eu quero dirigir também a quem fez a pergunta para dizer o seguinte... eu estou muito à vontade porque, muitas vezes, no Congresso Nacional, eu votei coisas com a minha declaração de voto. Mas votei com o partido. Um partido, o voto é o elo de fidelidade entre o eleito e o partido. Portanto, o partido não foi intransigente com o Gianazzi. Eu acho que o Gianazzi é que errou. Ele poderia declarar o voto dele, ele podia fazer o posicionamento dele, mas na hora do voto tem que ter partido.

Rogério Gentile: Votar contra a consciência mesmo. É isso?

José Genoino: Aliás, durante todo o tempo a opinião pública cobra fidelidade, partidos fortes. Como você vai ter partidos fortes e fidelidade se não houver decisão partidária. Portanto, o direito de opinião é sagrado no PT. Aliás o PT é o mais democrático dos partidos. É o mais democrático dos partidos. Não houve intransigência nenhuma.

Fernando Canzian: A Diana Vitória.

Pergunta da platéia: Constata e pergunta. Estou desempregada, qual vai ser a sua política de empregos e como vai diminuir o desemprego?

José Genoino: O desemprego nós vamos diminuir com ação firme e com muita criatividade no que eu chamei aqui, no início da minha colocação, de ação de governo para aumentar as exportações, gerando mais emprego. A ação de governo de apoiar micro, pequena e média empresa, porque gera mais emprego. De apoiar a agricultura, porque gera mais emprego. De apoiar os setores econômicos do Estado de São Paulo, articulando, como eu falei aqui, o pro-álcool com as montadoras, a laranja com as compras do Estado, usando o que o governo do Estado gasta por ano, 10 bilhões com compras do Estado, esse dinheiro tem que ser utilizado corretamente para gerar emprego, nós vamos também gerar emprego agindo com os instrumentos que já tem hoje aí aumentando, por exemplo, frentes de trabalho, é importante, programa trabalhador do futuro, que é dar condições ao jovem para ter uma oportunidade de trabalho e também uma oportunidade na vida, e nós vamos, também gerar emprego articulando a economia de São Paulo com todas as regiões. E uma idéia que eu coloquei aqui, que eu faço questão, que é construir, em São Paulo, um grande polo tecnológico articulando as seguintes regiões: Campinas, São Paulo, ABC, São José dos Campos, São Carlos, Araraquara, Piracicaba e Sorocaba, como centro que é o vale paulista de polo tecnológico, que articula o público com o privado, com o governo induzindo, o governo tomando a iniciativa porque isso dá mais emprego, gera mais oportunidades. Portanto, isso está ao alcance do governo do Estado. O que depende também de uma outra esfera é mudar a política econômica do governo, por isso que nós queremos eleger o Lula presidente da República para mudar a política de juros, a política de abertura errada, equivocada que foi feita da economia brasileira, priorizar a produção, priorizar o setor produtivo para gerar mais emprego. Emprego é sinônimo de dignidade humana e todo o meu governo vai estar voltado para a política de geração de emprego. Geração de emprego é a questão central de um projeto de oposição e de mudança no Brasil e no Estado de São Paulo.

Leia a íntegra da sabatina:
  • 2° Parte- Perguntas Platéia e Encerramento


  • Veja também: o especial Eleições 2002
     

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