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Tucano pede para CPI das ONGs ouvir reitor da UnB sobre reforma em apartamento
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) apresentou nesta segunda-feira à CPI das ONGs requerimento de convocação do reitor da UnB (Universidade de Brasília), Timothy Mulholland, para explicar gastos da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos) na reforma do seu apartamento. O tucano também apresentou requerimento para que o MPDF (Ministério Público do Distrito Federal) encaminhe à CPI o teor de todas as investigações realizadas sobre a entidade sem fins lucrativos de apoio à UnB.
Segundo reportagem da Folha, membros da CPI das ONGs apostam na investigação da Finatec para entrar no mundo dos cartões de crédito corporativos do governo e, assim, esquentar os trabalhos da comissão.
O MPDF afirma que a fundação empregou recursos, inicialmente destinados à pesquisa científica e tecnológica, para reformar o apartamento funcional do reitor da UnB.
De acordo com promotores que investigam o caso, a instituição teria gasto R$ 470 mil na compra de móveis luxuosos, como uma lata de lixo de R$ 990, para o apartamento do reitor.
Em nota, a UnB alega que a decisão de "mobiliar [o apartamento] adequadamente, foi tomada tendo em vista os interesses maiores da instituição".
Dias argumenta, porém, que a CPI deve apurar se houve irregularidades no repasse de recursos da Finatec para as obras no apartamento do reitor. "Eu acho impossível ignorar essa despesa na decoração do apartamento, já que eram recursos destinados à pesquisa. O estranho é que a UnB é a principal mantenedora da Finatec, por isso é preciso verificar o que ocorreu."
A UnB é, historicamente, a campeã de gastos com os cartões, como relata reportagem da Folha. Só em 2007, despendeu R$ 1,35 milhão, 36% do total das universidades federais brasileiras (R$ 3,7 milhões). O assistente de Timothy Mulholland, Wilde José Pereira, utilizou seu cartão para compras em padarias, supermercados e em loja de artigos para festas. Ele afirma que os gastos referem-se à "homenagens e encontros" com autoridades, como ministros, parlamentares e embaixadores.
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