Conselho de professores da UnB recomenda afastamento de reitor

O conselho ampliado de professores da UnB (Universidade de Brasília) decidiu recomendar o afastamento do reitor da universidade, Timothy Mulholland, após as denúncias de uso irregular de recursos públicos. Os professores definiram também que será criada uma comissão de ética --integrada pelos docentes-- para fazer um diagnóstico sobre as suspeitas sobre o reitor.

O conselho ainda defende uma campanha pela democratização e moralização da universidade. "Essas denúncias todas causam um constrangimento imenso a todos nós. É desconfortável e lamentável estarmos discutindo isso agora quando poderíamos estar debatendo a contribuição da UnB na sociedade, e não o que a gente está vendo aí", disse a professora Rachel da Cunha, do comando da Adunb (Associação dos Docentes da Universidade de Brasília).

A Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), de acordo com o Ministério Público do Distrito Federal, teria gasto R$ 470 mil na compra de móveis luxuosos para a residência do reitor. Entre os gastos há a aquisição de três lixeiras (R$ 2.738), de equipamentos de TV e som (R$ 36.603), de telas artísticas (R$ 21.600) e 16 vasos com plantas diversas na cobertura (R$ 7.264).

A assessoria de imprensa da UnB, porém, afirma que o custo seria de R$ 350 mil. A Finatec é uma entidade sem fins lucrativos de apoio à UnB.

Em reunião fechada nesta quinta-feira, o conselho ampliado da Adunb --formado pelos integrantes da entidade e pelos professores interessados em debater o assunto-- definiu que a associação deve tomar uma posição pública sobre os episódios envolvendo a UnB e o reitor.

Na próxima semana, professores e alunos da UnB vão promover uma assembléia geral para discutir exclusivamente as denúncias envolvendo o reitor. A Folha Online apurou que os professores e estudantes estão apreensivos porque Timothy teria sinalizado que não pretende deixar o cargo --apesar da pressão para que isso ocorra.

A direção do DCE (Diretório Central dos Estudantes), que representa os alunos da UnB, deve entregar na próxima quarta-feira (20) uma representação ao MPF (Ministério Público Federal) solicitando uma investigação sobre os recursos utilizados pela universidade na decoração do apartamento funcional do reitor. Na representação, os alunos também irão pedir o afastamento do reitor durante as investigações.