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Geddel desqualifica artistas contrários à transposição
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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), desqualificou ontem o movimento de artistas contrários à transposição do rio São Francisco, que protagonizou anteontem, em Brasília, um bate-boca com o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) sobre o assunto. Para Geddel, tal movimento nem existe. "Aqueles dois que estavam lá na audiência ontem? Eu nem vi", disse, em visita a Fortaleza.
"Aqueles dois" citados pelo ministro eram na verdade três, a atriz Leticia Sabatella e os atores Osmar Prado e Carlos Vereza. Sabatella foi quem mais discutiu com Ciro na audiência, interrompendo-o até quando estava com o microfone desligado. Além dos artistas, também falou contra o projeto o bispo dom Luiz Cappio, que fez duas greves de fome para tentar impedir a obra.
Na discussão com a atriz, Ciro, que é pré-candidato a presidente, chegou a se comparar a ela: "Eu, ao meu jeito, escolhi a opção de meter a mão na massa, às vezes suja de cocô, às vezes, mas minha cabeça, não, meu compromisso, não". Para Geddel, Ciro fez seu discurso "com brilhantismo" e demonstrou o quanto a obra é importante para o combate à seca.
O projeto de transposição deverá custar, para ser implementado, R$ 6 bilhões, e deve levar água do rio São Francisco para partes do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco.
O governo argumenta que a água irá beneficiar 12 milhões de pessoas. Para os críticos, a água beneficiará apenas o agronegócio, sem acabar com a seca.
Geddel esteve ontem em Fortaleza para anunciar investimentos de R$ 500 milhões para a construção de barragens e projetos de irrigação.
Em entrevista, ele afirmou que já não há mais resistência política à transposição, como havia até pouco tempo atrás, especialmente de políticos da Bahia, de Sergipe e de Alagoas, "doadores" de água. Ele próprio, baiano, era contra, mas mudou de idéia assim que assumiu o ministério, no ano passado. "Pensavam que eu era intransigente, fechado, inelutavelmente contra a obra por ser baiano, mas não sou assim."
Para ele, as pessoas que ainda demonstram ser contrárias ao projeto não discutem com boa-fé. "Os demais já perceberam que o projeto é bom para todos", disse o ministro. "Essa obra é irreversível."
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Agora isso não vai acontecer, quem não abre mão de ter as relatorias e de controlar a "prisidença" do Senado? Outro caminho seria o TCU ou a polícia federal. Qualquer um chega as mesmas conclusões:
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"- O seu dinheiro é a nossa energia!!"
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