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Índios fazem pesquisadores e funcionários da Funai reféns em MT
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RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Cuiabá
Quatro funcionários da Funai (Fundação Nacional do Índio) e oito pesquisadores são mantidos reféns desde a tarde de anteontem por índios da etnia ikpeng, no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso.
Contrários à instalação de uma usina hidrelétrica em um afluente do rio Xingu, os índios exigem no local a presença do presidente do Funai, Márcio Meira, e de um representante da Paranatinga Energia, empresa responsável pela obra.
Os pesquisadores --antropólogos e biólogos, majoritariamente-- entraram no parque com autorização da Funai. Todos são vinculados ao Instituto Creatio, que foi contratado pela Paranatinga Energia para produzir um relatório antropológico e ambiental das 14 etnias que ocupam áreas no parque.
O levantamento, segundo nota divulgada pelo instituto, servirá para que a Funai "possa definir as compensações" decorrentes da implantação da PCH Paranatinga II, que está funcionando desde dezembro do ano passado no rio Culuene, a cerca de 250 quilômetros de distância do parque.
"Os pesquisadores foram devidamente credenciados pela Funai para entrar no Xingu", diz a nota. A Funai, continua o texto, "inclusive designou sua própria equipe, formada pelos quatro servidores funcionários, para acompanhá-los e dar suporte técnico e facilitar na relação com os povos xinguanos".
Os funcionários da Funai que foram detidos também são indígenas. Um deles é o administrador-regional do parque do Xingu, Tamalui Meinako.
No final da tarde de ontem, a assessoria de imprensa da Funai informou que o presidente do órgão conversou com os líderes da etnia e os convidou a discutir o assunto em uma reunião marcada para hoje, em Brasília. A Funai prometeu mandar um avião para buscar os representantes da etnia.
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