Sarney e Roseana estudam sair de licença do Senado a partir de março

A família Sarney pode entrar de licença no Senado a partir de março. Enquanto José Sarney (PMDB-AP) alega que vai tirar um período sabático de quatro meses para concluir um livro de memórias, Roseana Sarney (PMDB-MA) pode ficar um mês fora por razões de saúde.

Apesar de dizer publicamente que sua licença tem a ver apenas com sua decisão de se dedicar à literatura, Sarney não esconde de amigos que também pesou o fato de estar "cansado" das disputas partidárias, sobretudo com o PT em torno de cargos no setor elétrico.

Sarney tem dito que não está indicando ninguém: são seus aliados, segundo o senador, que estariam escolhendo pessoas que ele conhece e com as quais trabalhou no passado. São nomes que contam com seu apoio e estariam sofrendo restrições por parte do PT e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Em conversas reservadas, Sarney diz que essa resistência desgasta e mostra que o PT não tem a cultura da parceria.

Ele planeja tirar licença a partir de março. Tudo indica, porém, que ele pode emplacar José Antonio Muniz na presidência da Eletrobrás. Muniz é o técnico preferido para comandar a estatal do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), indicado para o cargo por Sarney. Ex-presidente da Eletronorte, precisa apenas superar uma pendência no Tribunal de Contas da União, que lhe aplicou multa por atos do período em que presidiu a estatal.

Muniz não contava com o apoio de Dilma, que preferia Flavio Decat, mas foi convencida por Lula a mudar de idéia para evitar conflitos com a bancada do PMDB no Senado.

Roseana ainda não decidiu oficialmente pela licença. Fará um exame na próxima terça para verificar a evolução do tratamento que vem fazendo desde que quebrou o pulso da mão esquerda no ano passado, quando brincava de skate com seu neto. Ela tem manifestado preocupação com o fato de sua saída coincidir com a de seu pai. Por isso, se tiver realmente de se ausentar, deseja que seja por um período breve.