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Em depoimento à CPI, Lorenzetti nega envolvimento com dossiê antitucano
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O depoimento do petista Jorge Lorenzetti à CPI das ONGs nesta quarta-feira não foi suficiente para a comissão descobrir detalhes da operação de compra de um dossiê antitucano contra o governador José Serra (PSDB) nas eleições de 2006. O petista, apontado como um dos "aloprados" envolvidos na operação, negou qualquer envolvimento no caso.
Na época, Lorenzetti era coordenador do núcleo de inteligência da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Ao lado de outros petistas, ele foi acusado de encomendar o suposto dossiê para prejudicar a candidatura de Serra em São Paulo.
A CPI conseguiu, apenas, autorização de Lorenzetti para investigar seus sigilos fiscal, bancário e telefônico --que já foram quebrados pela CPI dos Sanguessugas do Senado. Lorenzetti se recusou a atender pedido do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) para autorizar uma nova quebra de seus sigilos.
"Em alguns momentos ele [Lorenzetti] ficou sem resposta, e ficaram dúvidas relevantes para que a CPI aprofunde as investigações num segundo momento", disse o líder do DEM no Senado, senador José Agripino Maia (RN).
UniTrabalho
Ao longo do depoimento, Lorenzetti negou qualquer ingerência na ONG UniTrabalho que tenha permitido o repasse de recursos do governo federal à entidade. Colaborador da ONG, Lorenzetti é acusado de ter usado sua ligação com o presidente Lula para conquistar recursos à organização. Lorenzetti é conhecido como o "churrasqueiro" de Lula por sua forte ligação pessoal com o presidente.
O petista disse, porém, que não tem qualquer relação com a contabilidade da UniTrabalho ao afirmar que apenas elaborou projeto para instituições internacionais em nome da ONG nos últimos anos.
"Nunca intermediei verbas públicas e nunca fiz esse tipo de influência. Nesse período do governo Lula sempre fui responsável pela assessoria de relações internacionais da UniTrabalho", afirmou.
O vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que a UniTrabalho recebeu R$ 4,1 milhões do governo federal dias antes do pagamento dos "aloprados", em São Paulo, que teriam encomendado o dossiê antitucano. Por este motivo, considera a operação suspeita.
"Ele é esperto, mas o que fica visível é o tráfico de influência. O que define o repasse de recursos públicos não é a qualidade do trabalho apresentado [pela ONG], mas a intimidade com quem ocupa o poder", afirmou Dias.
O senador Sibá Machado (PT-AC) criticou a insistência da oposição em tentar apurar o episódio do dossiê. Ele alega que o tema não tem relação com as investigações da CPI das ONGs.
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