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12/03/2008 - 07h17

Secretário de Requião diz que vai ressarcir cofres por fazer campanha no Paraguai

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DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba

Em reunião tensa e marcada por bate-boca entre deputados da situação e oposição, o secretário da Comunicação Social do Paraná, Airton Pisseti, comunicou ontem que devolverá aos cofres públicos o equivalente a 17 dias de salário e cerca de R$ 5 mil pelo uso de um telefone do governo estadual.

Pisseti admitiu ter usado o aparelho e os dias de expediente na secretaria a serviço da coordenação de marketing da campanha do ex-bispo católico Fernando Lugo Mendes à Presidência do Paraguai.

Na reunião da Comissão de Comunicação Social da Assembléia Legislativa, houve desentendimentos acalorados quando os deputados governistas não aceitaram que Pisseti fosse interrogado por parlamentares da oposição, que queriam saber como eram custeados os deslocamentos até o Paraguai.

Pisseti disse que fez 11 viagens pela Gol entre setembro do ano passado e fevereiro, todas segundo ele custeadas com seu próprio cartão de crédito.

O deputado Valdir Rossoni (PSDB) abandonou a sessão, seguido dos integrantes da oposição, ao não conseguir apresentar um requerimento para confrontar o secretário sobre "as coincidências" de saques com cartões corporativos da Secretaria de Comunicação Social nas datas em que Pisseti encontrava-se no Paraguai.

Entre setembro de 2007 e fevereiro deste ano, foram 11 saques que somaram R$ 126,2 mil. "Eu queria saber a finalidade destes saques e para quê eles foram feitos naqueles dias", disse Rossoni.

O presidente da comissão, deputado Marcelo Rangel (PPS), afirmou que Rossoni tinha direito de questionar, mas o líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), pediu sua saída da presidência acusando-o de parcialidade.

"Isto aqui não é uma comissão de investigação. O secretário foi convidado e veio disposto a prestar qualquer esclarecimento. Não há prova alguma de uso de dinheiro público", disse Romanelli, aos gritos.

Quando voltou a calma, Pisseti negou-se a falar sobre os saques e assinar o requerimento de Rossoni. "Como se trata de um pedido anti-regimental, eu não vou assinar", declarou.

Pisseti foi ouvido durante cerca de duas horas e meia na comissão sobre seu envolvimento na campanha de Lugo, candidato de oposição e líder das pesquisas na eleição presidencial de 20 de abril.

O governador Roberto Requião (PMDB) já manifestou que, "se fosse paraguaio", votaria em Fernando Lugo.

Por causa de declarações como essa, o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, protestou contra o que classificou como "ingerência" em assuntos do país.

 

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