TRE-AL torna inelegível ex-deputado flagrado cobrando dinheiro de corrupção

O ex-deputado estadual alagoano Gilberto Gonçalves (PTN) --gravado pela PF pedindo "dinheiro de roubo, de corrupção", em uma conversa telefônica-- foi condenado hoje a três anos de inelegibilidade pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Alagoas. (Ouça ex-deputado cobrando "dinheiro de corrupção")

Os juízes consideraram que houve abuso de poder econômico por parte do então candidato à reeleição no pleito de 2006 --ele não foi reeleito, mas ficou na quinta suplência.

Segundo a denúncia apresentada à Justiça Eleitoral pelo advogado Edson Ricardo Scavuzzi, adversário político de Gonçalves, o ex-deputado distribuiu uma grande quantidade de panfletos na véspera da eleição de 2006 com "mensagens negativas" e montagens de fotos contra Scavuzzi, que também disputava uma vaga de deputado e não se elegeu.

Segundo a denúncia, a distribuição do material foi feita em carros que pertenciam a Gonçalves e por pessoas que trabalhavam na sua campanha.

Hoje, o ex-deputado disse que ainda não tinha conhecimento da decisão do TRE-AL, mas que deverá recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a inelegibilidade.

Gonçalves negou que tenha distribuído material que denegrisse a imagem de seu adversário e atribuiu a denúncia ao fato de liderar a corrida eleitoral para a Prefeitura de Rio Largo, município da região metropolitana de Maceió, onde mora.

Ele é investigado pela Polícia Federal por suposta participação em esquema de desvio de dinheiro montado na Assembléia Legislativa de Alagoas.

Em interceptação telefônica autorizada pela Justiça, a PF flagrou um telefonema do ex-deputado para um diretor da Assembléia, em março de 2007, no qual Gonçalves supostamente cobra sua parte no esquema de desvio de dinheiro público. Em entrevista à Folha, o deputado negou envolvimento no esquema e disse que apenas cobrou pagamentos atrasados.