Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/03/2008 - 13h23

Governo nega que ampliação do Bolsa Família tenha caráter eleitoreiro

Publicidade

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A menos de sete meses das eleições municipais, o governo federal decidiu estender o pagamento do programa Bolsa Família para jovens de 16 e 17 anos. A partir desta segunda-feira, as famílias que já possuem crianças e jovens inscritos no programa poderão ampliar o benefício caso os filhos já tenham completado 15 anos --idade fixada como limite, em 2003, para o pagamento do Bolsa Família.

A secretária nacional de Renda e Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social, Rosani Cunha, negou que a extensão do programa tenha fins eleitoreiros, mesmo atingindo jovens já autorizados pela Legislação Eleitoral a votarem.

"Estamos falando de uma modalidade dentro do programa. A compreensão do governo é a de que não faremos um novo benefício, mas um ajuste em um programa que já existia. Não é a ampliação do Bolsa Família, mas o seu aperfeiçoamento. Além disso, a extensão foi aprovada pelo Congresso no ano passado", afirmou.

Segundo a secretária, o pagamento continuará sendo repassado à mãe (ou chefe da família) responsável pelo jovem. "Quem melhor consegue decidir onde adotar esse dinheiro é a própria família, preferencialmente a mãe. A decisão foi muito mais para guardar coerência com o Bolsa Família que qualquer outra coisa", disse a secretária ao ser questionada sobre o suposto viés eleitoreiro da extensão.

Cunha afirmou que o principal objetivo da mudança é garantir que jovens até 17 anos permaneçam na escola, uma vez que grande parte abandonava os estudos ao completar 15 anos com o fim do pagamento do Bolsa Família. Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) revelam, porém, que os beneficiários do programa têm uma freqüência escolar 1,6% maior que os não beneficiários.

"A faixa etária de 15 a 17 anos é crítica para o sistema educacional. Perder eses 1,6% seria muito. Para nós, é um índice importante, em um país em que 1% para a educação pública é muita gente", minimizou o secretário de Educação Continuada e Alfabetização do Ministério da Educação, André Lázaro.

Mudanças

Cada família já atendida pelo Bolsa Família receberá até dois benefícios de R$ 30 para os filhos entre 16 e 17 anos incluídos no programa. O ministério estima que 1,7 milhão de adolescentes nessa faixa etária tenham direito ao benefício. Em março, já foram concedidos 1,16 milhão de benefícios para os jovens, mas o governo espera que o contingente todo seja atendido após a divulgação da mudança.

"Nós optamos por não fazer divulgação pública, mas todas as famílias atendidas pelo programa vão receber no extrato bancário do Bolsa Família a informação sobre essa extensão do pagamento", disse Cunha.

O governo também fixou regras mais rígidas para que os jovens de 16 e 17 anos tenham acesso ao Bolsa Família. Antes do benefício ser mantido às famílias dos jovens, o Ministério da Educação vai checar a freqüência escolar. Só terão direito à extensão do programa os jovens que registrarem 75% da freqüência nas escolas.

As famílias vão agregar o valor estendido para os jovens aos recursos já repassados às famílias beneficiárias do Bolsa Família. Atualmente, as famílias com renda per capita de até R$ 60,00 recebem R% 58,00 por criança matriculada na escola.

Nas famílias com renda per capita entre R$ 60 e R$ 120, o benefício é de R$ 18 --limitado a três crianças e adolescentes. Com a mudança, o valor máximo do benefício será de R$ 172 para famílias com renda até R$ 60, com mais de três filhos que recebem o benefício básico, além de dois jovens agora contemplados na mudança.

Comentários dos leitores
Elias kuster (92) 20/01/2010 18h45
Elias kuster (92) 20/01/2010 18h45
A bolsa família deve ser analisada sob os seguintes aspectos: na minha opinião, mesmo que esse dinheiro seja usado para matar a fome, deve ser questionado.
Existe um sábio ditado que diz: ensine a pescar e não dê o peixe.
Pois é, isso me leva a questionar fatos que todos sabem, ou seja, esse dinheiro nem sempre é usado para o alimento. Eu escrevi alimento.
Outro aspecto, e este mais importante porque diminue as falhas no primeiro, é o fato da desistência de alunos nas escolas, o que acaba acarretando no corte da referida bolsa.
Pois bem, todo aluno deve sentir gosto pela escola, e não sentir-se obrigado a ir porque se não for, a bolsa é cortada. E este fato prova que o aluno acaba mostrando que não está nem aí para o ensino, mesmo que este lhe garanta matar a fome.
Então o problema é mais complicado do que o governo está imaginando. Antes de mais nada, deve-se acabar com certas bolsas e criar condições para que a maioria da população possa ganhar seu ganha pão de forma justa. Tudo o que é de graça, não se dá o devido valor. Mas para que isso vá aos poucos ganhando força, é necessário que se pense também na qualidade do ensino, no salário dos educadores, na melhoria das escolas, enfim em tudo o que está relacionado com a família. Será que é difícil os pais e responsáveis perceberem que é mais importante garantir o conhecimento do que garantir só uma bolsa, pois esta é por um tempo e o conhecimento é para sempre e não precisar da bolsa no futuro.
sem opinião
avalie fechar
Bolinha da Lulu (825) 20/01/2010 09h44
Bolinha da Lulu (825) 20/01/2010 09h44
manchete;
"Governo cancela 23,5 mil benefícios do Bolsa Família por baixa frequência escolar"
Só!
Pela ONU temos 13,8% de alunos que desistem do ensino fundamental, se fosse para seguir a regra de tirar a bolsa esmola da familia teríamos a bagatela de 1.656.000 bolsas que sumiriam. Agora se fosse pela repetência o percentual é maior, pois chega a 18,7%.
Infelizmente o bolsa foi instituído para que não houvesse trabalho infantil e que todas as crianças fossem a escola para se instruir e aumentar suas oportunidades no mercado de trabalho, mas com o PT virou bolsa esmola ou voto de cabresto, por isso a infelicidade, pois estamos tirando a oportunidade desses cidadãos de terem um futuro e uma vida decente e deixarem de ser massa de manobra de políticos corruptos e sem escrúpulos como muitos que estão no congresso e no governo
sem opinião
avalie fechar
Antonio Gomez (2) 15/01/2010 02h24
Antonio Gomez (2) 15/01/2010 02h24
Gostaria de dizer q concordo com o Cassio Tavares sobre a frase dita pelo FHC. Realmente FHC não foi feliz com esse comentário, porém muito menos feliz foi lula em dizer que o Sarney não deveria ser tratado como uma pessoa comum. Com estra frase lula não ofendeu apenbas os aposentados e sim a nação inteira. Ele simplesmente passou por cima do quinta artigo da Constituição, o q resultaria, num país sério, na renúncia ou impeachment do presidente. Agora, dar apenas 6% de aumento para os aposentados e 11% para o bolsa esmola é o q? Ser bonzinho e legal com os aposentados? Isso apenas serve para mostrar a ideologia de quem está no poder: que trabalhar é coisa de otário. Me arrependo amargamente em ter votado nestes corruptos q estão no poder em 2002. Pelo menos aprendi a lição. Quem me dera que a maioria dos eleitores desse país aprendesse também... sem opinião
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (805)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página