Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/10/2002 - 20h12

Lula admite em comício que quer vencer no primeiro turno

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu hoje, pela primeira vez em público, que quer vencer as eleições, domingo, no primeiro turno.

No comício para 10 mil pessoas, segundo a organização do evento, ocorrido na praça da Matriz, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, o petista disse que se "Deus quiser", o Brasil terá a partir de domingo, "um metalúrgico, torneiro mecânico, como presidente do país".

Muito emocionado, Lula chorou durante o comício, ao lembrar a greve que liderou quando era presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, entre 1979 e 1980.

"Quero lembrar agora a mesma frase que disse em 1979: nunca mais ninguém deve duvidar da classe trabalhadora brasileira", disse Lula em lágrimas.

Ele disse que ser eleito presidente não é importante para ele, mas sim para cada um dos brasileiros.

"Quero que no meu governo todo mundo seja tratado igual. Que não exista diferença porque um é negro e o outro branco, porque é homem ou mulher, porque tem diploma ou não, porque é operário ou banqueiro".

O petista disse que quer entrar para a história do país como um presidente que reconstruiu um pacto social e recuperou a auto estima do povo brasileiro.

Lula aproveitou para criticar o presidente Fernando Henrique, que, segundo ele, nunca se sentou para negociar com os empresários os problemas do setor e dos trabalhadores.

"Não é possível ter um país em que os trabalhadores recebam em reais e tenham que pagar suas contas de gás, telefone e gasolina com aumento do dólar. Não permitirei que um país, que já foi a oitava economia do mundo, seja transformado num cassino para os especuladores".

Depois de admitir que gostaria de vencer as eleições no primeiro turno, Lula recuou em seu discurso e se disse preparado para jogar os dois tempos da eleição. "Se tiver dois tempos, vou ter fôlego até o final. Pode ser em 90 minutos ou em 120 minutos. Quanto mais tempo tiver, mais aliados teremos", disse.

O candidato convocou a militância para trabalhar ativamente até as eleições de domingo, pois lembrou que o PT "ainda não ganhou nada".

"Espero que no domingo os trabalhadores possam rir e chorar de alegria pela realização de um sonho", afirmou.

O governador de Minas, Itamar Franco, disse, no comício, que se depender de seu Estado, Lula será eleito presidente do Brasil no primeiro turno. Diante dos 10 mil participantes do evento, Itamar pediu que os paulistanos também ajudem a eleger o petista no próximo domingo.

O cantor Chico Buarque enviou uma mensagem para Lula, que foi lida pelo secretário-geral da CUT, Carlos Alberto Grana, durante o comício.

"Tenho certeza que você será o próximo presidente do país", diz a mensagem.

No final do discurso, Lula leu um bilhete recebido ontem de uma "garotinha" que participou de seu comício em Porto Alegre (RS).

"Lula, se você ganhar, a primeira coisa a fazer é o necessário. A segunda é o possível porque a partir daí você terá que fazer o impossível". O bilhete, segundo Lula, é um trecho da oração de São Francisco de Assis.

O comício terminou com uma chuva de estrelas de papel alumínio, a música tema da campanha de 1989 e da campanha atual, um clip, no telão, mostrando a trajetória do petista e um show de fogos de artifício.

Lula está convicto de que o país "não vai quebrar nunca" e se disse de bem com a vida, com seus colegas de partido e com sua galega (referindo-se à sua mulher Marisa). "Estou preparado politicamente, ideologicamente e espiritualmente para ser o próximo presidente."

Veja também o especial Eleições 2002

Leia mais:
  • Mais empresários declaram apoio a Lula

  • Lula admite que quer vencer no primeiro turno

  • Lula se arrepende de não ter apoiado Brizola

  • Comício de Lula começa debaixo de chuva

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade