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Polícia do Paraná diz que sem-terra foi morto por ex-integrante do MST
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DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba
A polícia do Paraná anunciou ontem a conclusão do inquérito que investigou o assassinato do sem-terra Eli Dallemole, 42, e concluiu que ele foi vítima de vingança tramada pelo acusado de ser o autor do crime, Odenir Souza Matos, o Zezinho.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Estadual, que decidirá se vai oferecer denúncia contra os acusados, para a aplicação de pena.
De acordo com a delegada Vanessa Alice, responsável pelo inquérito, Matos matou Dallemole por ter sido expulso do acampamento montado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na fazenda Copramil, em Ortigueira (região central do PR).
Matos foi expulso pela coordenação do MST por ter sido descoberto trabalhando para Adilson Honório de Carvalho, que é presidente do Sindicato dos Comerciários de Cornélio Procópio (PR) e que disputa com os sem-terra a posse do imóvel. Segundo a delegada, Matos convencia famílias a deixar a área invadida ao garantir o custeio da mudança.
Carvalho, disse a delegada, foi indiciado por tentativa de homicídio. A polícia concluiu que ele não teve participação direta no assassinato de Dallemole, há seis dias, atingido por quatro tiros disparados por dois homens dentro de sua casa, no assentamento Liberdade Camponesa, em Ortigueira.
"Tudo começou por ordem do fazendeiro, que também ameaçou o Eli, segundo testemunhas, dizendo que estaria com os dias contados. Então ele responde pela ameaça e por essa tentativa de homicídio", disse a delegada Vanessa Alice.
O acusado de ter acompanhado Matos até o assentamento para matar o sem-terra, Valderi Aparecido Ortiz, 27, o Coquinho, foi indiciado como co-autor do assassinato. Na casa de Ortiz foi localizada uma calça com respingos vermelhos. O material está sendo periciado para confirmar se são de sangue humano.
A mulher de Dallemole, segundo a delegada, reconheceu que a calça foi usada por Ortiz no dia do assassinato.
Matos, Ortiz, Carvalho e mais dois acusados seguem presos no mini-presídio de Telêmaco Borba (PR).
A advogada Silvana Pedroso, que representa Carvalho no caso, disse que não poderia se manifestar por ainda não ter tido acesso às conclusões do inquérito, mas afirmou que seu cliente "nunca teve nada a ver com isso [a morte de Dallemole]". A reportagem não conseguiu localizar os advogados de defesa dos demais acusados.
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Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
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Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
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