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17/04/2008 - 09h26

Movimentos dão força à democracia, afirma ministro do Desenvolvimento Agrário

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LUCAS FERRAZ
da Folha de S.Paulo

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, evitou comentar as ações de movimentos sociais no chamado "abril vermelho", termo que é rechaçado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) --que prefere classificar as ações no mês de abril de "jornada nacional de lutas".

"Não comento as ações dos movimentos sociais nem sobre um ou outro ato. Eles têm as suas agendas e cada um tem que se responsabilizar por suas atitudes", disse Cassel.

Ele ressaltou, contudo, que a participação desses movimentos é essencial para o "fortalecimento da democracia" no Brasil. "Nossas instituições funcionam, isso tem que ser encarado dentro da normalidade, tem que ser tratado com serenidade. Quem cometer algum ato ilegal que responda judicialmente. Isso mostra a maturidade da democracia brasileira."

Sobre a ameaça do MST de invadir as instalações da Vale no Pará, Guilherme Cassel disse que essa não é uma pauta agrária. Para ele, a questão tem mais a ver com a reestatização da Vale, defendida também por outras organizações sociais, além de uma ala do PT. A empresa foi privatizada em 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

O Ouvidor Agrário Nacional, Gercino José da Silva Filho, que faz a intermediação de conflitos agrários, disse que os "movimentos sociais elegeram abril como o principal mês de suas mobilizações". A prova maior é que, "nos meses anteriores e posteriores, as mobilizações ocorrem em menor incidência", afirmou, em nota.

Negociação

O ministro Márcio Fortes (Cidades) afirmou ontem, após se reunir com integrantes do MST que invadiram a sede da Caixa Econômica Federal em Brasília, que muitos dos projetos de habitação em assentamentos não atendidos até agora ocorreram porque eles foram apresentados somente em dezembro. "Não houve tempo útil para analisá-los", disse.

O ministro comemorou o sucesso da negociação com o movimento, que também ficou satisfeito. "Não se negocia ganhando de cinco a zero", afirmou. Segundo ele, dos R$ 160 milhões disponíveis para a construção de casas nos assentamentos, só R$ 40 milhões foram usados. A verba, explicou Fortes, é do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Reunião marcada para hoje vai tratar dos projetos de habitação, mas, segundo o MST, Fortes se comprometeu a criar um programa de moradia para o meio rural até junho.

Para ajudar os movimentos sociais na elaboração dos projetos, a Caixa assegurou que vai destacar um funcionário em cada Estado para orientá-los.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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