Reitor da Unifesp presta depoimento à CPI dos Cartões amanhã

Denunciado por uso irregular do cartão corporativo e gastos excessivos de recursos públicos, o reitor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Ulysses Fagundes Neto, prestará esclarecimentos nesta terça-feira aos senadores e deputados. A CPI dos Cartões vai ouvir o reitor, que é suspeito de gastar R$ 85.508,62 em viagens internacionais, no período de junho de 2006 a dezembro de 2007.

Em nota divulgada por sua assessoria em 18 de abril, Neto negou que tenha agido de má fé. Segundo ele, os recursos utilizados não foram retirados da universidade. O reitor disse ainda que "são recursos adicionais liberados mediante prévia autorização e posterior comprovação", de acordo com a nota.

Segundo reportagem da Folha, Neto gastou R$ 2 mil em compras na loja da Samsonite, na China. Nos Estados Unidos, gastou quase R$ 3 mil na Best Buy e R$ 2 mil na CompUSA, lojas de eletrônicos.

Na Espanha, o reitor alugou um carro e gastou R$ 1.400 em uma loja de cerâmicas. Durante viagem a Berlim (Alemanha), em 2006, ele comprou US$ 2,5 mil em lojas da Nike e da Adidas.

O reitor é acusado ainda de utilizar o cartão corporativo para pagar hospedagem em hotéis de luxo, como na Disney (EUA) em um palacete do século 17 perto de Coimbra (Portugal), além de pagar contas em restaurantes caros no exterior.

Em nota oficial, a Unifesp afirmou que os gastos de Neto em viagens internacionais nos últimos dois anos foram auditados pela CGU (Controladoria Geral da União) e que os valores excedentes foram ressarcidos aos cofres públicos em junho de 2007.

O autor do requerimento para convocação de Neto é do deputado Vic Pires (DEM-PI), que também se disse disposto a pedir uma nova audiência para ouvir a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --para a oposição, a ministra deve retornar ao Congresso depois da revelação dos detalhes sobre quem vazou o dossiê anti-FHC e como o fez.

Nesta terça-feira há uma série de requerimentos à espera de votação na CPI dos Cartões, entre eles o que sugere a convocação do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, suspeito de ser o responsável pelo envio de informações sigilosas sobre os gastos com cartões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para André Fernandes, assessor do vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR).