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17/05/2008 - 09h40

Governo elevou gastos após perder CPMF

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GUSTAVO PATU
ANGELA PINHO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Mesmo após a queda da CPMF, no final do ano passado, o governo Luiz Inácio Lula da Silva continuou a elevar gastos públicos de caráter permanente, embalado por um crescimento da arrecadação que tem superado as projeções mais otimistas da área econômica.

Só o custo do recém-lançado pacote de reajustes salariais generalizados para o funcionalismo público superará, com folga, a receita de uma eventual nova versão da contribuição sobre movimentação financeira --que, com uma alíquota de 0,08%, como se cogita, renderia algo como R$ 8,5 bilhões ao ano, em valores atuais.

Já a folha de pagamentos da União terá em 2009 um aumento na casa dos R$ 15 bilhões, segundo estimativas preliminares, com os efeitos da medida provisória editada nesta semana para beneficiar os militares e 17 categorias de servidores civis.

Pelo menos mais uma medida provisória ainda será editada para ampliar despesas com pessoal, desta vez para categorias de elite do Executivo, como os auditores-fiscais e os advogados da União.

Medidas como essa são encorajadas pelo desempenho da arrecadação federal de impostos, taxas e contribuições sociais, que nem com o fim da cobrança da CPMF interrompeu a trajetória de recordes mensais sucessivos.

A projeção oficial mais recente para a receita da União neste ano aponta que, mesmo sem a contribuição extinta, há dinheiro para cumprir todo o volume de gastos previstos na proposta de Orçamento elaborada no ano passado pela área econômica.

No projeto original, estimava-se uma arrecadação de R$ 565,6 bilhões, contando com a CPMF. Hoje, extinto o tributo, a previsão é apenas R$ 600 milhões inferior.

Mas, se mantido o ritmo do primeiro trimestre, a estimativa de receita terá de ser elevada novamente --e muito.

Os valores de hoje supõem um crescimento de 10% em relação à arrecadação do ano passado, enquanto, de janeiro a março, a expansão foi de 17% em relação ao mesmo período de 2007. Se essa taxa for mantida até dezembro, a receita do ano chegará ao patamar de R$ 600 bilhões, já descontados os repasses obrigatórios para Estados e municípios.

Números como esses não estimulam apenas o apetite do Executivo por mais gastos. O lobby da saúde, um dos mais poderosos no Congresso, quer que as verbas do setor deixem de ser corrigidas pela variação do PIB (Produto Interno Bruto) e passem a acompanhar a expansão da receita da União. No modelo proposto, o volume anual de gastos com saúde passaria dos quase R$ 50 bilhões atuais para pouco mais de R$ 70 bilhões até 2011.

Trata-se de outra despesa permanente a ser elevada em níveis superiores ao do crescimento econômico do país.

Não se sabe, porém, se a surpreendente disparada da arrecadação é sustentável --como a maior parte dela é explicada pelo bom momento da economia, existe o risco de perda de receita quando, no futuro, houver desaceleração do emprego, do consumo e dos lucros. Nessa hipótese, nem a CPMF de 0,08% imaginada agora bastaria para equilibrar as contas.

Comentários dos leitores
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Fim da estabilidade de servidores públicos seria uma saída respeitosa ao gargalo de crescimentoe diminuição de gastos.
Herança do Brasil colonial, serviço público fica refem de sindicatos que defendem, obviamente, somente aumentos de salarios e regalias e estão nem ai para a sociedade privada, que os sustentam.
Mas se pensar, precisamos de uma reforma generalizada, ou seja, um "Nascer de novo" que o torna totalmente inviavel.
Complicado a situação do Brasil.
[]s
Eduardo.
sem opinião
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Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
É errado fazer essa divisão de quem merece mais ou quem merece menos, pois, a princípio, todos os partidos são iguais. No entanto, nós sabemos disso, que, se o DEM ou o PSDB estivesse no poder, ele também iriam fazer a mesma coisa. Isso sempre existirá nessa política pobre que é a brasileira. 1 opinião
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Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
VIVA O PMDB: ESTÁ SEMPRE PRONTO PARA PREJUDICAR O POVO. QUE SAUDADE DE ULISSES
GUIMARÃES. O povo Brasileiro não aguenta mais.
sem opinião
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