No rádio, Maluf "estréia"; Alckmin e Kassab rivalizam por Serra e PT critica prefeito

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que tenta a reeleição, buscaram "colar" seus nomes ao do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que anunciou apoio formal a Alckmin, mas é padrinho político de Kassab. Ambos citaram Serra durante a propaganda. O propaganda do PT criticou a gestão Kassab, que revidou. E Paulo Maluf participou pela primeira vez do próprio programa.

"Geraldo Alckmin, durante seis anos, foi um ótimo governador. José Serra foi um excelente prefeito e é agora o nosso governador. Geraldo Alckmin, prefeito, e José Serra, governador, juntos podem fazer muito mais pela qualificação de nossos jovens", disse um locutor tucano.

Já o propaganda de Kassab contou com a participação mais intensa do prefeito, que narrou ações. Ao mencionar a saúde pública, o democrata citou o governador: "A gente começou a enfrentar esse problema. O Serra e eu".

O DEM também criticou a ex-prefeita. "Ô, dona Marta, não me leve a mal, mas eu lembro do seu tempo e a senhora não fez nada para acabar com a escola de lata e para melhorar a saúde. Não dá certo isso. Ô, dona Marta, com todo o respeito, quero Kassab prefeito."

O programa petista, por sua vez, transmitiu provocações ao prefeito. "A gente nunca sabe o que o Kassab vai falar, inventando obra que nunca fez e nunca fará. Coisa feia! Ele disse que é tudo dele até obra do governo federal. Que cascata desse cara. É muita cara-de-pau dele. Não me leve a mal." Marta abordou a saúde.

"Estréia"

No dia do seu aniversário, comemorado hoje, Paulo Maluf, 77, falou pela primeira vez aos ouvintes. Desde o dia 19 de agosto, início da propaganda no rádio, o candidato não havia participado do seu próprio programa. Maluf tem a maior taxa de rejeição e sua propaganda é a com pior avaliação entre os eleitores, segundo o Datafolha.

"Hoje é meu aniversário. Sempre correspondi a confiança dos que votaram em mim", disse Maluf, para depois afirmar: "Peço ao povo de São Paulo mais uma oportunidade de ser novamente o seu prefeito".

Entre as falas do candidato, o programa trazia canções exaltando suas obras e minimizando críticas recebidas. "Jogaram tanta pedra nele e ele está aí, cheio de energia e coragem para construir um lugar bonito de amor e muita paz."

Maluf finalizou, dizendo: "O que um homem na minha idade deseja? Deixar uma memória, uma história, deixar uma imagem".

Fidelix

Entre os demais candidatos, aquele que saiu da linha apenas propositiva foi Levy Fidelix (PRTB), que criticou o PSDB. Fidelix citou indiretamente o caso Alstom --multinacional francesa suspeita de pagar propina a tucanos para obter vantagens em contratos. A empresa nega.

"Há mais de 10 anos eu insisto que o metrô é muito lento para construir e muito caro. São necessários U$ 100 milhões por km. Isto quando não metem a mão superfaturando obras e trens. São escândalos que deveriam envergonhar os governos tucanos que estão no poder há mais de 14 anos", afirmou Fidelix.

Início

A propaganda eleitoral iniciou-se no dia 19 de agosto no rádio e na TV e vai até o dia 2 de outubro, três dias antes do primeiro turno, em 5 de outubro.

Segundo o TSE, para prefeito e vice-prefeito, os programas são transmitidos às segundas, quartas e sextas-feiras, em dois blocos de meia hora cada um. No rádio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30; e na TV, das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h.