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17/01/2003
-
20h59
da Folha Online, em Belém
Para chegar a Belém, a fim de participar do 2º Fórum Social Pan-Amazônico, que vai até domingo (19/1), as delegações da Colômbia, Venezuela e da região do Alto Solimões, no Amazonas, tiveram até que empurrar o barco em que viajavam, e que encalhou próximo a Óbidos (oeste do Pará).
A viagem de sete dias começou com a delegação colombiana, composta de 95 pessoas, que partiu da cidade de Tabatinga (AM), próxima à fronteira da Colômbia, em um barco de linha. "Como havia passageiros comuns, foi um pouco tumultuado. Mas até eles acabaram participando das atividades que desenvolvemos no barco, como mesas redondas", diz Martha Cecilia Suarez, 36, médica, professora da Universidade Nacional da Colômbia, em Letícia, e organizadora da jornada.
Na passagem por cidades do Alto Solimões, como Benjamin Constant, São Paulo Olivença e Amaturá, cerca de 50 delegados brasileiros se juntaram à trupe colombiana.
No trajeto, pelo rio Solimões, o grupo lançou um jornalzinho sobre as atividades e o cotidiano do barco, escrito em espanhol e português, chamado "Pan Fresco".
Em Manaus, no dia 11, as delegações se juntaram ao grupo da capital amazonense em um novo barco, o Dom Manuel. Totalizaram 237 participantes do fórum a bordo, entre eles 60 índios de tribos colombianas (Huiototo, Yacubo e Tikuna), venezuelanas (Taurepang) e brasileiras (Tikuna e Macuxi).
Com os novos viajantes, saíram mais duas edições do "Pan Fresco". O jornal, escrito a mão, usava letras recortadas de jornais para fazer os títulos. "Tinha até editorial", ressalta Martha.
Houve três debates no barco, com os temas "Agricultura na Amazônia", "Geopolítica da Alca e Plano Colômbia" e "Questão Indígena", que reuniu lideranças indígenas dos três países.
"O único problema era que, quando chovia, tínhamos que interromper os debates", diz Martha.
Além das mesas-redondas, houve também apresentações de capoeira e do grupo de gaitas de Letícia.
Foi no dia 12, um domingo, que o Dom Manuel encalhou, quando já seguia pelo rio Amazonas. Pelo menos metade dos delegados desceram para empurrar o barco, que voltou ao seu curso.
Só no último dia 15 a embarcação atracou no porto de Belém. "Depois de tudo, as delegações chegaram super-entrosadas", finaliza Martha.
O jornalista Ausgusto Pinheiro viajou a convite da organização do Fórum Social Pan-Amazônico.
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Delegações têm que empurrar barco para chegar ao fórum em Belém
AUGUSTO PINHEIROda Folha Online, em Belém
Para chegar a Belém, a fim de participar do 2º Fórum Social Pan-Amazônico, que vai até domingo (19/1), as delegações da Colômbia, Venezuela e da região do Alto Solimões, no Amazonas, tiveram até que empurrar o barco em que viajavam, e que encalhou próximo a Óbidos (oeste do Pará).
A viagem de sete dias começou com a delegação colombiana, composta de 95 pessoas, que partiu da cidade de Tabatinga (AM), próxima à fronteira da Colômbia, em um barco de linha. "Como havia passageiros comuns, foi um pouco tumultuado. Mas até eles acabaram participando das atividades que desenvolvemos no barco, como mesas redondas", diz Martha Cecilia Suarez, 36, médica, professora da Universidade Nacional da Colômbia, em Letícia, e organizadora da jornada.
Na passagem por cidades do Alto Solimões, como Benjamin Constant, São Paulo Olivença e Amaturá, cerca de 50 delegados brasileiros se juntaram à trupe colombiana.
No trajeto, pelo rio Solimões, o grupo lançou um jornalzinho sobre as atividades e o cotidiano do barco, escrito em espanhol e português, chamado "Pan Fresco".
Em Manaus, no dia 11, as delegações se juntaram ao grupo da capital amazonense em um novo barco, o Dom Manuel. Totalizaram 237 participantes do fórum a bordo, entre eles 60 índios de tribos colombianas (Huiototo, Yacubo e Tikuna), venezuelanas (Taurepang) e brasileiras (Tikuna e Macuxi).
Com os novos viajantes, saíram mais duas edições do "Pan Fresco". O jornal, escrito a mão, usava letras recortadas de jornais para fazer os títulos. "Tinha até editorial", ressalta Martha.
Houve três debates no barco, com os temas "Agricultura na Amazônia", "Geopolítica da Alca e Plano Colômbia" e "Questão Indígena", que reuniu lideranças indígenas dos três países.
"O único problema era que, quando chovia, tínhamos que interromper os debates", diz Martha.
Além das mesas-redondas, houve também apresentações de capoeira e do grupo de gaitas de Letícia.
Foi no dia 12, um domingo, que o Dom Manuel encalhou, quando já seguia pelo rio Amazonas. Pelo menos metade dos delegados desceram para empurrar o barco, que voltou ao seu curso.
Só no último dia 15 a embarcação atracou no porto de Belém. "Depois de tudo, as delegações chegaram super-entrosadas", finaliza Martha.
O jornalista Ausgusto Pinheiro viajou a convite da organização do Fórum Social Pan-Amazônico.
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