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04/02/2009 - 08h25

Casa Civil amplia racha sobre anistia no governo

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LUCAS FERRAZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Enquanto para a Casa Civil não foram contemplados pela Lei de Anistia os agentes que cometeram "crimes comuns como lesão corporal, estupro, atentado violento ao pudor, homicídio, ocultação de cadáver e tortura" durante a ditadura militar (1964-1985), o Ministério da Defesa argumenta que "não é possível identificar autoridades" responsáveis pelos delitos e que o "esquecimento penal desse período negro da nossa história" contribui para o desarmamento geral.

A leitura das mais de 200 páginas encaminhadas por seis órgãos do governo ao STF (Supremo Tribunal Federal), que se posicionará sobre a real extensão da polêmica lei e a consequente punição de quem torturou durante o período, escancara ainda mais o racha sobre o assunto no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ministério da Defesa, Itamaraty e Advocacia Geral da União querem o perdão aos torturadores. Já o Ministério da Justiça, a Casa Civil e a Secretaria de Direitos Humanos são favoráveis à punição. Os chefes dos três últimos órgãos combateram a ditadura.

Ao defender que não há previsão na Lei de Anistia sobre os crimes comuns cometidos por membros do Estado, a Casa Civil diz que "o que houve (...) foi o estímulo a uma interpretação distorcida dos conceitos apresentados na lei e amplamente favorável ao ocultamento e à impunidade dos crimes cometidos por agentes públicos do regime ainda vigente".

O órgão de Dilma, que esteve presa do início de 1970 até o final de 1973, cita ainda que o governo dos generais, que encaminhou a lei ao Congresso, nunca reconheceu a prática dos delitos, "de forma que tais crimes não poderiam se encontrar na gênese" da lei.

O Ministério da Defesa de Nelson Jobim, por sua vez, prefere o esquecimento, como se depreende da manifestação de 29 páginas. "Nem a repulsa que nos merece a tortura impede reconhecer que toda a amplitude que for emprestada ao esquecimento penal desse período negro da nossa história poderá contribuir para o desarmamento geral, desejável como passo adiante no caminho da democracia".

Nessa mesma linha, a Defesa, responsável pelas Forças Armadas, diz que a "anistia liga-se a fatos e possui caráter impessoal", não podendo ser aplicada a indivíduos.

A decisão sobre o tema ficará a cargo do STF, que mais uma vez decidirá sobre um tema do Executivo. O tribunal foi provocado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Comentários dos leitores
Arutana Coberio Terena (4) 25/01/2010 12h15
Arutana Coberio Terena (4) 25/01/2010 12h15
Continuando: Quando eles se dirigiam ao Consulado Brasileiro para pedir o passaporte, os burocratas diziam que eles deviam se dirigir ao consulado da União Soviética; 6o. - Os governos militares, Castello Branco; Costa e Silva; o triunvirato; Médici, Geisel - este inclusive mandou matar todos os dirigentes do PCB - e Figueiredo usaram ILEGALMENTE, INDEVIDAMENTE e para fins de cometer delitos graves as forças armadas; 7o. Os que resistiram à ditadura não são criminosos, como querem alguns militares, pois eles, os chamados guerrilheiros, lutavam com os usurpadores, os deliquentes que assumiram o poder e lutam contra as forças, exército, marinha e aeronaútica, usadas contra a liberdade do povo brasileiro; 8o. Os militares, mas não as instituições militares, cometeram o crime de lesa-pátria, corrupção e crime contra a humanidade, por isso não há que se falar em ANISTIA para eles. Eles criaram um Estado Policial e Assassino.9o. Os militares se esquecem que não cabe a eles julgarem ou opinarem sobre as decisões do poder civil. Militar que não estiver gostando da Comissão da Verdade, que peça baixa, pois estão tentando acobertar seus crimes usando as instituições armadas. sem opinião
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Arutana Coberio Terena (4) 25/01/2010 12h05
Arutana Coberio Terena (4) 25/01/2010 12h05
Na verdade é incrível a falta de conhecimento de alguns, principalmente de conceitos e de história. 1o. - Os militares destituíram um governo LEGITIMAMENTE eleito, apenas por que contrariava, o governo, os interesses dos Estados Unidos, dos latifundiários e a direita católica; 2o. Não havia nenhuma intenção de transformar o país num país comunista, isto era a teoria desenvolvida na guerra fria; 3o. Os militares, INDEVIDAMENTE, assumiram o poder e legislaram como quiseram, inclusive usaram do aparelho de estado - criando o SNI, DOI-CODE, participando da OPERAÇÃO CONDOR - tudo contra a sociedade brasileira; 4o. Os que se opuseram, mesmo matando ou assaltando banco para obter recursos para a luta, civil ou armada, o fizeram CORRETAMENTE, pois se opunham a um governo usurpador do poder, arbitrário, conivente com os crimes praticados por elementos das forças armadas, ou mesmo da área civil (empresários, jornais e jornalistas etc), ou seja, SAIRAM AO DAR O GOLPE E DURANTE OS GOVERNOS MILITARES da chamada LEGALIDADE; 5o. - Sou um dos que foi escurraçado do serviço público, sem processo e simplesmente por ordem de um COMANDANTE MILITAR, pois pertencia ao Partido Comunista Brasileiro (cujos ideáis ainda não perdi). Fui preso, torturado, TUDO SEM ANOTAÇÕES ÁS ESCONDIDAS, e recorri ao exílio, primeiramente no Chile; 5o. - Apesar de minha esposa e os três filhos sairem do Brasil com passaportes brasileiros, tanto no Chile quanto na Suécia eles negaram fornecer outro passaporte para eles sem opinião
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Alcides Emanuelli (2004) 21/01/2010 13h30
Alcides Emanuelli (2004) 21/01/2010 13h30
Como funciona o corporativismo, ele se transforma de uma moeda de um lado só.
Veja a ação da OAB, o supra-sumo do corporativismo esse monstro que constroi para si mundos de vantagens com dinheiro que tem origem na Nação, e destroi os outros segmentos sociais.
Quando se fala em racismo, não se fala na discriminação social das Instituições como OAB, e as Associações dos médicos, que não convivem com a pobreza do Brasil esses grupos tem seus meis Aristocraticos para viverem.
Voltando a Ação da OAB contra os militares nos anos 60 e inicio dos anos 70 não foi só eles que mataram, e eles mataram quem lutava contra eles teve o outro lado que matou inocente e diziam que era por ideais como diz o amigo deles Cesare Batisti.
Esse Brasil e suas instituições corporativista mais parece uma piada, mas é assim que ele se sustenta e se desenvolve!
De um lado uma Nação que sofre com sua degradação de outro lado segmentos que vivem e se aproveitam da discriminação social para viverem suas vidas Burguesas e ninguem fala nada sobre isso, falam sim que muitos tem que terem previlégios porque vieram de situações que os colocava como seres inferiores.
A questão de inferioridade ou não é uma questão de querer ter oportunidade.
3 opiniões
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