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21/02/2009 - 15h05

Corpo de Sérgio Naya é liberado pela polícia e segue para Laranjal (MG)

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da Folha Online

O corpo do ex-deputado federal Sérgio Naya (PP-MG), 66, já foi liberado pela polícia de Ilhéus (BA) para seguir para Laranjal (MG), onde será velado e enterrado.

Naya foi encontrado morto ontem, por volta das 16h, deitado em uma cama do hotel Jardim Atlântico, em Ilhéus, onde ele estava hospedado.

15.dez.1999/AP
Aos 66 anos, Sergio Naya, foi encontrado morto num hotel de Ilhéus, no litoral da Bahia
Aos 66 anos, Sergio Naya, foi encontrado morto num hotel de Ilhéus, no litoral da Bahia

Segundo informações da Delegacia de Proteção ao Turista, um médico legista particular, amigo do ex-deputado, atestou infarto. No entanto, o laudo oficial, da perícia de Itabuna, deve sair até a próxima sexta-feira.

Naya ficou conhecido em 1998 com o desabamento do edifício Palace 2. Ele era dono da construtora responsável pela obra do prédio.

Segundo o hotel, foi o motorista que acompanhava Naya em Ilhéus que sentiu a falta do ex-deputado no café da manhã e depois no almoço. O motorista procurou a gerência do estabelecimento, que foi até o quarto onde estava o ex-deputado.

Palace 2

Naya ficou conhecido com o desabamento do edifício Palace 2, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), no dia 22 de fevereiro de 1998. O desabamento matou oito pessoas e deixou 150 famílias desabrigadas.

Naya era o dono da Sersan, empresa que construiu o edifício. No início, Naya tentou culpar os moradores por uma eventual sobrecarga que teria causado o desabamento.

Mas o Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) do Rio de Janeiro apontou 'erro grosseiro no dimensionamento' de pilares e afirmou que Naya era o responsável pela obra.

Um parecer técnico da Justiça do Rio também apontou, na época, erros básicos na execução do prédio, como a presença de umidade e pedaços de mármore soltos na estrutura, pilares com estufamento e corrosão, revestimentos com placas soltas e infiltrações.

Cassado

Nos dois meses seguintes, o empresário teve o mandato de deputado federal cassado e suas contas bancárias bloqueadas pela Justiça. Acabou, contudo, absolvido em processo judicial que o apontava como réu do crime de responsabilidade pelo desabamento do Palace 2.

Absolvido em primeira instância e julgado novamente depois de recurso do Ministério Público, Naya chegou a ser condenado a dois anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, revertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa. O acórdão, contudo, foi anulado em 2001.

Em 1999, o empresário chegou a ficar 26 dias na Polinter, no Rio, após ser preso em Brasília, acusado de ser o responsável pelo desabamento do Palace 2. A defesa de Naya baseou-se na argumentação de que ele não era responsável pelo planejamento e execução do prédio. Em 2004, voltou a ser preso em Porto Alegre, quando tentava fugir para Montevidéu, e ficou detido por mais quatro meses.

O ex-deputado foi condenado a pagar indenizações que variavam entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão a cerca de 120 famílias do Palace 2. Alegou, contudo, não ter dinheiro, e seus bens começaram a ser leiloados, em um processo que se desenrola até hoje.

À Folha Online, Naya afirmou em fevereiro de 2008 que o desabamento foi uma fatalidade e disse que a associação das vítimas criou uma "indústria de danos morais".

 

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