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Corpo de Sérgio Naya é liberado pela polícia e segue para Laranjal (MG)
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da Folha Online
O corpo do ex-deputado federal Sérgio Naya (PP-MG), 66, já foi liberado pela polícia de Ilhéus (BA) para seguir para Laranjal (MG), onde será velado e enterrado.
Naya foi encontrado morto ontem, por volta das 16h, deitado em uma cama do hotel Jardim Atlântico, em Ilhéus, onde ele estava hospedado.
15.dez.1999/AP |
Aos 66 anos, Sergio Naya, foi encontrado morto num hotel de Ilhéus, no litoral da Bahia |
Segundo informações da Delegacia de Proteção ao Turista, um médico legista particular, amigo do ex-deputado, atestou infarto. No entanto, o laudo oficial, da perícia de Itabuna, deve sair até a próxima sexta-feira.
Naya ficou conhecido em 1998 com o desabamento do edifício Palace 2. Ele era dono da construtora responsável pela obra do prédio.
Segundo o hotel, foi o motorista que acompanhava Naya em Ilhéus que sentiu a falta do ex-deputado no café da manhã e depois no almoço. O motorista procurou a gerência do estabelecimento, que foi até o quarto onde estava o ex-deputado.
Palace 2
Naya ficou conhecido com o desabamento do edifício Palace 2, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), no dia 22 de fevereiro de 1998. O desabamento matou oito pessoas e deixou 150 famílias desabrigadas.
Naya era o dono da Sersan, empresa que construiu o edifício. No início, Naya tentou culpar os moradores por uma eventual sobrecarga que teria causado o desabamento.
Mas o Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) do Rio de Janeiro apontou 'erro grosseiro no dimensionamento' de pilares e afirmou que Naya era o responsável pela obra.
Um parecer técnico da Justiça do Rio também apontou, na época, erros básicos na execução do prédio, como a presença de umidade e pedaços de mármore soltos na estrutura, pilares com estufamento e corrosão, revestimentos com placas soltas e infiltrações.
Cassado
Nos dois meses seguintes, o empresário teve o mandato de deputado federal cassado e suas contas bancárias bloqueadas pela Justiça. Acabou, contudo, absolvido em processo judicial que o apontava como réu do crime de responsabilidade pelo desabamento do Palace 2.
Absolvido em primeira instância e julgado novamente depois de recurso do Ministério Público, Naya chegou a ser condenado a dois anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, revertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa. O acórdão, contudo, foi anulado em 2001.
Em 1999, o empresário chegou a ficar 26 dias na Polinter, no Rio, após ser preso em Brasília, acusado de ser o responsável pelo desabamento do Palace 2. A defesa de Naya baseou-se na argumentação de que ele não era responsável pelo planejamento e execução do prédio. Em 2004, voltou a ser preso em Porto Alegre, quando tentava fugir para Montevidéu, e ficou detido por mais quatro meses.
O ex-deputado foi condenado a pagar indenizações que variavam entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão a cerca de 120 famílias do Palace 2. Alegou, contudo, não ter dinheiro, e seus bens começaram a ser leiloados, em um processo que se desenrola até hoje.
À Folha Online, Naya afirmou em fevereiro de 2008 que o desabamento foi uma fatalidade e disse que a associação das vítimas criou uma "indústria de danos morais".
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