Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/02/2009 - 19h30

Ex-deputado Sérgio Naya é enterrado em Laranjal (MG)

Publicidade

colaboração para a Folha Online

O corpo do ex-deputado federal Sérgio Naya (PP-MG), 66, foi enterrado por volta das 18h30 deste sábado em Laranjal (MG), cidade onde nasceu. Naya foi encontrado morto ontem, por volta das 16h, deitado em uma cama do hotel Jardim Atlântico, em Ilhéus (BA), onde ele estava hospedado.

Segundo informações da Polícia Militar, cerca de 500 pessoas compareceram ao enterro, realizado no cemitério municipal. O corpo foi velado na igreja Nossa Senhora de Aparecida, localizada no centro da cidade.

Segundo informações da Delegacia de Proteção ao Turista, um médico legista particular, amigo do ex-deputado, atestou infarto. No entanto, o laudo oficial, da perícia de Itabuna, deve sair até a próxima sexta-feira (27).

Naya ficou conhecido com o desabamento do edifício Palace 2, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), no dia 22 de fevereiro de 1998. O desabamento matou oito pessoas e deixou 150 famílias desabrigadas.

Indenização

Nste sábado, a presidente da Associação de Vítimas do Palace 2, Rauliete Guedes, disse acreditar que, com a morte do empresário e ex-deputado federal Sérgio Naya, o processo de pagamento das indenizações às famílias que eram donas de apartamentos no edifício pode ser acelerado.

Naya era o dono da Sersan, empresa que construiu o edifício. No início, Naya tentou culpar os moradores por uma eventual sobrecarga que teria causado o desabamento.

Mas o Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) do Rio de Janeiro apontou 'erro grosseiro no dimensionamento' de pilares e afirmou que Naya era o responsável pela obra.

Um parecer técnico da Justiça do Rio também apontou, na época, erros básicos na execução do prédio, como a presença de umidade e pedaços de mármore soltos na estrutura, pilares com estufamento e corrosão, revestimentos com placas soltas e infiltrações.

Cassado

Nos dois meses seguintes, o empresário teve o mandato de deputado federal cassado e suas contas bancárias bloqueadas pela Justiça. Acabou, contudo, absolvido em processo judicial que o apontava como réu do crime de responsabilidade pelo desabamento do Palace 2.

Absolvido em primeira instância e julgado novamente depois de recurso do Ministério Público, Naya chegou a ser condenado a dois anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, revertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa. O acórdão, contudo, foi anulado em 2001.

Em 1999, o empresário chegou a ficar 26 dias na Polinter, no Rio, após ser preso em Brasília, acusado de ser o responsável pelo desabamento do Palace 2. A defesa de Naya baseou-se na argumentação de que ele não era responsável pelo planejamento e execução do prédio. Em 2004, voltou a ser preso em Porto Alegre, quando tentava fugir para Montevidéu, e ficou detido por mais quatro meses.

O ex-deputado foi condenado a pagar indenizações que variavam entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão a cerca de 120 famílias do Palace 2. Alegou, contudo, não ter dinheiro, e seus bens começaram a ser leiloados, em um processo que se desenrola até hoje.

À Folha Online, Naya afirmou em fevereiro de 2008 que o desabamento foi uma fatalidade e disse que a associação das vítimas criou uma "indústria de danos morais".

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página