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02/03/2009 - 10h48

MST invade outra fazenda de Dantas no sul do Pará

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CÍNTIA ACAYABA
da Agência Folha
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram ontem mais uma fazenda da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S.A. --um dos braços do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas--, em Marabá, no sul do Pará.

A empresa afirma que essa é a 11ª fazenda do grupo invadida no Pará neste ano. Desde julho de 2008, é a 13ª propriedade. A polícia diz que ao menos seis fazendas do grupo foram invadidas na região.

As fazendas de gado alvos de grupos sem terra estão localizadas, principalmente, na cidade de Eldorado do Carajás --oito, no total. O restante está nos municípios de Marabá (três), Sapucaia (uma) e Santana do Araguaia (uma).

Segundo a Agropecuária Santa Bárbara, por volta das 5h, cerca de 150 pessoas invadiram a fazenda Cedro, que já estava ocupada em outro ponto pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar.

O delegado Alberone Lobato, da Delegacia de Conflitos Agrários, diz que a invasão foi sem confrontos. Ele deve ir ao local hoje. Um inquérito já foi aberto para apurar a invasão. A fazenda Cedro tem 7.000 hectares e 8.000 vacas reprodutoras.

É a segunda invasão em dois dias. Anteontem, cerca de 200 integrantes do MST invadiram a fazenda Espírito Santo, em Eldorado do Carajás. Segundo a Santa Bárbara, até ontem sem-terra controlavam a entrada e a saída da propriedade.

O coordenador estadual do MST no Pará, Charles Trocate, afirmou anteontem que a invasão foi para chamar a atenção para os latifúndios no Estado.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Pará, a prioridade é negociar a saída dos invasores e não usar a força para expulsá-los das fazendas, pois cumprir um mandado de reintegração de posse é caro e demanda o envio de um contingente extra de policiais à área.

Ontem, a Folha tentou, sem êxito, falar com o MST e confirmar as invasões nas outras fazendas do grupo de Dantas.

Pontal

Anteontem à noite, um grupo de cerca de 70 pessoas invadiu uma fazenda em Paraguaçu Paulista (466 km de SP), segundo a Polícia Militar no município. Eles deixaram a área na manhã de ontem. A reportagem não localizou lideranças dos sem-terra na região.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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