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11/10/2003 - 12h00

Ministros petistas lideram ranking de mancadas do governo

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da Folha Online

Se o critério para reformular o ministério for a quantidade de "tropeços" nos últimos dez meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficará menos petista na futura reforma ministerial.

Dos 34 ministros que ocupam pastas de primeiro escalão, 20 são do PT, partido do presidente. Desses, pelo menos quatro têm o cargo ameaçado e outros dois podem ser remanejados. A saída ou "mudança de lugar" deles deixariam vagos "espaços nobres" para o PMDB, o último aliado, que aguarda para entrar no governo.

Além do vínculo pela legenda, os ministros que ocupam essa faixa comandam as chamadas "pastas sociais", vitrine da gestão petista. O dilema nessa área também fez com que Lula pensasse em outra fórmula de gerência, nomeando a cientista política Ana Fonseca para coordenar a unificação dos programas sociais.

Puxam a fila Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social), José Graziano (Segurança Alimentar), Cristovam Buarque (Educação) e Humberto Costa (Saúde). E podem mudar de cargo Guido Mantega (Planejamento), considerado um "curinga" pela cúpula governista, e Olívio Dutra (Cidades).

Além dos petistas, Anderson Adauto (Transportes) e Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) correm o risco de deixar os gabinetes. Adauto porque enfrenta denúncias de envolvimento em suposto esquema de desvio de recursos na Prefeitura de Iturama (MG), e Amaral porque tem desempenho considerado fraco pela cúpula governista.

Ambos também desagradaram ao governo ao cometerem gafes logo que assumiram seus cargos. Adauto demonstrou desconhecimento de sua pasta ao anunciar a suspensão de licitações no valor de R$ 5 bilhões quando a cifra não chegava a R$ 1 bilhão, e Amaral gerou desconforto internacional pela admissão --depois negada-- de que o Brasil deveria dominar a tecnologia para bombas nucleares.

Mancada

O caso mais recente das "mancadas" dos ministros petistas foi de Benedita da Silva. A ex-governadora do Rio, cuja pasta nunca teve muitos poderes, causou constrangimentos ao governo ao viajar, no último dia 24 de setembro, para participar de um encontro com evangélicos em Buenos Aires (Argentina), com despesas pagas pela União.

O caso dividiu a cúpula governista. De um lado, o presidente Lula saiu em defesa dela afirmando se tratar de um "erro administrativo". Do outro, ministros como o chefe da Controladoria Geral da União, Waldir Pires, afirmam que ela deve devolver o dinheiro gasto no 12º Café da Manhã Anual da Oração --um evento religioso, portanto, de natureza pessoal.

Língua solta

Outros dois ministros, titulares de pastas importantes, Humberto Costa (Saúde) e Cristovam Buarque (Educação), geraram turbulências por criticarem abertamente o governo.

No mês passado, Humberto Costa criticou um item sobre planos de saúde presente no Estatuto do Idoso, minutos depois de Lula discursar na cerimônia de lançamento. Em seguida, divulgou nota tentando amenizar as declarações. E, no dia seguinte, acabou repreendido pelo chefe da Casa Civil, José Dirceu.

O caso de Buarque também ganhou forte repercussão. Após sucessivas críticas ao aperto orçamentário para sua pasta, afirmou em entrevista ao diário espanhol "El País" que "não seria ministro a qualquer preço" e "que ainda é preciso elaborar o que é o 'lulismo' no país".

Fome Zero

O titular do Mesa (Ministério de Segurança Alimentar), José Graziano, que ainda conduz o Fome Zero, carro-chefe e bandeira de campanha de Lula, acumula críticas, que se acentuaram com a dificuldade de implementação do programa.

Além disso, é lembrado até hoje pela gafe que cometeu em fevereiro, durante palestra na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado do São Paulo), quando fez uma relação entre a violência e a migração nordestina: "Temos de criar emprego lá [Nordeste], (...) porque, se eles continuarem vindo pra cá, vamos ter de continuar andando de carro blindado".

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