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01/11/2003 - 20h18

Lula e FHC têm índices iguais de aprovação

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

A aprovação do governo Lula, de 42% em outubro, é idêntica à obtida pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), no mês de setembro de 1995. O Datafolha não fez pesquisa em outubro daquele ano.

Apesar dos percentuais de aprovação iguais para períodos muito próximos, é possível, entretanto, dizer que o petista está um pouco melhor do que o tucano.

Lula registra agora 44% de avaliação regular para seu governo. FHC teve 39% nessa categoria. Além disso, Lula tem 11% de ruim e péssimo, contra 15% do seu antecessor. O Datafolha tem pesquisas para outros presidentes após o regime militar, que terminou em 1985. Ninguém teve um desempenho tão bom nesse mesmo período inicial como FHC e Lula.

Só o petista e o tucano têm em comum o fato de terem sido eleitos pelo voto direto e não terem enfrentado grandes crises no primeiro ano de mandato. Por essa razão, é mais correto analisar e comparar a reação do eleitorado nessas duas administrações.

É curioso que FHC e Lula recebam avaliações semelhantes dos eleitores depois de dez meses de mandato. O cenário econômico é hoje bem diferente do que foi no décimo mês de mandato do tucano. O dólar hoje vale R$ 2,86. Em 1995, na mesma época, a moeda norte-americana valia menos de um real: R$ 0,96. A classe média fazia planos para passar as férias no exterior. O tucano chegou a dizer em uma entrevista que uma empregada de sua casa teria passado férias na Europa.

Com a economia em ebulição, o desemprego medido pelo Dieese em São Paulo era de 13,3% em setembro de 1995. Hoje, o mesmo indicador é de 20,60%.

Os brasileiros importavam bastante. O saldo da balança comercial de janeiro a setembro de 1995 era negativo em US$ 3,454 bilhões. Hoje, para o mesmo período, é positivo em US$ 17,798 bilhões.

Os problemas estruturais da economia estavam todos presentes já em 1995. A taxa básica de juros fixada pelo Banco Central era estratosférica, de 48% --contra os 19% atuais. Havia uma sensação de que a hiperinflação era coisa do passado, mas a taxa acumulada de janeiro a setembro de 1995 registrava expressivos 17,13%. Neste ano, o acumulado até setembro foi de 8,05%.

Apesar dessas diferenças objetivas no estado do país, o real sobrevalorizado dava a impressão de um Brasil mais forte do que realmente era em 1995. Hoje, não existe na economia algo que injete na população tanto ânimo --ainda que de maneira artificial.

A explicação possível para a administração petista ser bem avaliada pode estar na paciência e esperança que os entrevistados expressaram ao Datafolha. Por exemplo: para 71% dos brasileiros o governo Lula será ótimo ou bom. Esse percentual já foi de 76% em março, mas ainda está num patamar confortável em qualquer análise que seja feita.

Para 55% dos entrevistados, o presidente atual faz um trabalho melhor do que seu antecessor tucano. Nesse quesito, Lula teve uma alta. Esse percentual era de 50% em junho. São cinco pontos percentuais a mais.

Há também 58% dos brasileiros que enxergam mais vitórias do que derrotas. Os entrevistados continuam crentes no presidente: aumentou de 64% para 68% os que acham que Lula cumprirá parte de suas promessas de campanha. Outros 22% acreditam que tudo será cumprido.

Dos que esperam o cumprimento de parte das promessas, só 3% têm expectativa de que isso ocorra neste primeiro ano. Para 31%, as realizações serão no segundo ano. Outros 35% são ainda mais pacientes: esperam resultados no terceiro ano, em 2005.

Finalmente, após dez meses como presidente, Lula conseguiria obter talvez até mais votos do que em 27 de outubro do ano passado: 65% disseram que votariam nele se a disputa contra José Serra (PSDB) se repetisse agora num hipotético segundo turno. Com 52,793 milhões de votos, Lula teve 61,27% das preferências em 2002.

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