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01/11/2003 - 20h20

54% desaprovam combate ao desemprego, diz pesquisa

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Apesar da relativa estabilidade na popularidade de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem deixado a desejar no combate ao desemprego. Na pesquisa Datafolha realizada em todo o país nos dia 28 e 29 do mês passado, 54% responderam que o desempenho do petista nessa área é ruim ou péssimo. Esse percentual era de 50% em agosto e de 43% em março --uma alta de 11 pontos percentuais em sete meses.

No início do governo, o desemprego era apontado como principal problema do país por 31% dos entrevistados pelo Datafolha.

De lá para cá, houve uma alta de 15 pontos e hoje 46% acreditam ser esse o maior mal do país.

Quando candidato, Lula falava em criar 10 milhões de postos de trabalho durante o seu mandato de quatro anos.

Antes de o petista tomar posse, o Datafolha perguntou aos eleitores como ele se daria no combate ao desemprego: 71% responderam que o novo governo seria bom ou ótimo nessa área. Na semana passada, o Datafolha constatou que esse percentual é de quase insignificantes 14%.

Esperança X medo

Logo depois de confirmada a sua vitória eleitoral em 2002, Lula adotou uma frase criada pelo marqueteiro Duda Mendonça: "A esperança venceu o medo".

Na pesquisa Datafolha, os entrevistados foram indagados sobre o medo da perda do emprego ou do trabalho.

Para 34%, o que mais dá medo é ficar sem emprego ou trabalho. Entre os brasileiros das classes D e E, o percentual sobe para 42%. Outros 31% dizem que essa situação é uma das que mais dá medo.

Apenas 34% dos entrevistados disseram não temer a perda do emprego ou do trabalho. A situação é mais confortável na opinião dos brasileiros que ganham acima de dez salários mínimos por mês. Nessa categoria, 54% responderam não ter medo de ficar sem ocupação profissional.

Para 43% dos brasileiros, há risco de perda de emprego ou de ficar sem trabalho. Em junho, 43% acreditavam que haveria diminuição do desemprego. Hoje, esse percentual de otimistas foi reduzido para 35%.

O paradeiro da economia neste ano fez aumentar nos brasileiros a percepção de que o governo Lula não tem atendido às demandas dos assalariados. O Datafolha perguntou quem está sendo mais prejudicado pelo governo Lula.

O número um da lista, disparado com 40%, foi a categoria trabalhadores de um modo geral, de acordo com a pesquisa. Em junho, esse percentual era de 38%. Em segundo lugar, bem abaixo, vem o comércio, com 13% achando que esse é um setor prejudicado pela administração petista.

Só 3% acham que os bancos estejam sofrendo com o presidente Lula no Palácio do Planalto.

Miséria e fome

Dois temas correlatos ao desemprego, miséria e fome, são apontados por 12% como outros maiores problemas do Brasil.

Curiosamente, sem que nenhum fato de maior relevância tenha ocorrido, caiu cinco pontos percentuais, de 15% para 10% os que apontam a segurança pública como um dos problemas mais importantes do país.

Alguns resultados da pesquisa Datafolha demonstram que os eleitores têm uma sensibilidade maior para áreas que apareceram em mais publicidade do governo. É o caso das políticas de combate à fome, que sempre ganham destaque nas propagandas oficiais.

Apesar de o programa Fome Zero --recentemente rebatizado de Bolsa-Família-- não ter ainda apresentado resultados práticos como o Palácio do Planalto esperava, para 53% o tratamento dado ao assunto tem sido bom ou ótimo. O percentual repete o apurado em março, depois de uma pequena oscilação negativa, para 52%, em junho.

Áreas consideradas de pior atuação do governo Lula são segurança pública e saúde, com 9% citando esses dois setores.

Para 58% dos eleitores, a prioridade do país devem ser "áreas sociais como saúde, educação e habitação", segundo a pesquisa.

Só 35% acham que Lula deva dar "prioridade à área econômica para garantir a estabilidade" --que é a prioridade adotada até agora pelo Palácio do Planalto, na expectativa de fazer o país crescer acima de 3% no ano que vem de maneira sustentada.

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