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24/04/2009 - 09h25

Votos expõem afinidades entre os ministros do Supremo

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Apesar de não ser um tribunal separado por grupos de poder, cujos integrantes sempre votam da mesma maneira, há entre os ministros STF afinidades que, em diversos casos, são refletidas em suas posições nos julgamentos.

Uma das vertentes é formada pelo presidente da corte, Gilmar Mendes, e pelos ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Cezar Peluso e Eros Grau.

Menezes Direito e Peluso chegaram a propor anteontem que os ministros elaborassem uma "nota-censura" contra Joaquim Barbosa, que protagonizou com Mendes uma das mais duras discussões da história do Supremo. Barbosa disse que o presidente do STF está "destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro" e que deveria saber que "não está falando com seus capangas de Mato Grosso", em referência ao Estado de Mendes.

Essa afinidade pode ser observada nas posições jurídicas apresentadas por eles em julgamentos importantes e considerados polêmicos. No julgamento sobre as pesquisas com células-tronco embrionárias, por exemplo, acompanharam Direito na série de restrições propostas por ele, que, na prática, inviabilizariam a atividade científica, Mendes, Direito, Peluso e Grau, além do ministro Ricardo Lewandowski. Saíram derrotados.

No caso da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, também se uniram e acabaram por aprovar a reserva de forma contínua, mas com uma série de observações, que, segundo o Ministério Público, acabaram por ultrapassar a competência do STF.

Em outra esfera do tribunal, encontra-se Joaquim Barbosa, que, desde que chegou à corte, manteve forte contato com seus antigos colegas do Ministério Público, seu local de origem. Foi lá, por sinal, que nasceu o seu desentendimento com Mendes. Ambos entraram no mesmo concurso, nos anos 80, e desde sempre defendem posições divergentes.

Desde que chegou ao STF, Barbosa nunca fez questão de se aproximar dos colegas. Há, no entanto, pelo menos uma exceção: Carlos Ayres Britto, seu amigo e um dos responsáveis por vetar a censura proposta por Peluso e Direito após o bate-boca.

"O tribunal funciona bem, não porque alguém esteja no comando, mas porque não há ninguém no comando", disse ontem Britto sobre as relações entre os ministros.

Ele, apesar de manter uma boa relação com todos os colegas, já disse por mais de uma vez que admira o trabalho e a história pessoal de Barbosa.

Não raramente, almoçam e jantam juntos em Brasília, como ocorreu ontem.

Em julgamentos, estiveram juntos tanto no caso das células-tronco, como no julgamento da Raposa. Sobre a reserva, Barbosa foi o único que manteve o apoio ao voto inicial do relator Ayres Britto até o final do julgamento, mesmo com o último apoiando as condições de Direito, ao argumentar que quase todas elas já estavam presentes em seu voto.

Comentários dos leitores
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
Mais uma vez se nota o papel do Estado brasileiro:onerar o povo com maiores impostos e prover os ricos com maiores salários..Ora,gosto de argumentar com fatos,e gostaria de saber em quanto o salário do povo em geral,em sua grande maioria,que é o salário mínimo,está defasado em relação ao que prega a Constituição e o que afirma o IPEA com seus dados alarmantes sobre a altíssima e "injusta" carga tributária brasileira:onde os ricos pagam menos impostos que os pobres.Agora estarão corretos os excelentíssimos ministros da Suprema Corte em exigiram uma correção do salário (em torno de 14%) maior que a própria inflação,enquanto o que prega a própria Constituição sobre a condição do salário mínimo servir à condições básicas que não dão nem pro começo de conversa?Onde está o sentimento de Justiça aí,onde o fosso entre ricos e pobres só aumenta?O roll que o Brasil pretende entrar,de país desenvolvido,está muito distante das atuais condições de mínima "equiparação salarial".Não defendo salários mais baixos para os ministros,mas salários mais justos para os mais pobres,e que pagam mais impostos sobre consumo básico do que os ricos em relação aos seus luxos e sua renda.Como ainda o "efeito cascata",é de se inimaginar o aumento do gasto do poder público com pagamento de pensão e penduricalhos para seus "altos" funcionários e outros que mamam nessa teta gorda..Pra que Lula?Precisamos é do povo gritar e se fazer escutar.Não com violência,ao contrário:com apelação às leis,queremos justiça... sem opinião
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Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Usando Martin Luther King
"Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Um pais que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. "Meu Brasil, doce terra de liberdade, eu te canto.Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"E se o Brasil é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.E assim ouvirei o sino da liberdade em Brasilia e em todos os rincoes .E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia"
"Livre afinal, livre afinal.
SERA QUE ISSO VAI ACONTECER? SEM UMA GRANDE PARTICIPACAO DA POPULACAO? ACABANDO COM O DOMINIO DE CORONEIS E CARTEIS?
DA PRA PENSAR NISTO? NESTE MOMENTO E PURA UTOPIA.
sem opinião
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Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
A CNJ dá um bom e didático exemplo para todos.
Quisera, todas as demais instituições publicas ou privadas seguissem seu padrão elevado.
2 opiniões
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