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03/06/2009 - 08h09

Justiça afasta superintendente do Incra em SP por improbidade

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JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha
CRISTIANO MACHADO
colaboração para a da Agência Folha

A Justiça Federal em Presidente Prudente (interior de SP) determinou o afastamento do cargo do superintendente regional do Incra em São Paulo, Raimundo Pires Silva, por prática de improbidade administrativa. Outros três funcionários do órgão e dois membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) também foram condenados na decisão do juiz da 2ª Vara Federal da cidade, Newton José Falcão, à qual cabe recurso.

A sentença do magistrado é baseada numa ação do Ministério Público Federal de agosto de 2003, que apontou irregularidades no convênio que previa repasse de R$ 191,1 mil para a Cocamp (Cooperativa dos Assentados da Reforma Agrária do Pontal do Paranapanema) --cooperativa do MST localizada em Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema.

Por suspeitas de irregularidades, a cooperativa sofreu bloqueios de suas contas e não pôde operar. O envio da verba de R$ 191,1 mil foi anunciado pelo então ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), em visita às instalações da Cocamp, em julho de 2003. À época, a Justiça impediu a liberação do dinheiro, que seria destinado ao término do complexo agroindustrial da cooperativa. Desde 1998, o complexo recebeu R$ 8,5 milhões em verbas, mas nunca funcionou.

A Justiça Federal determinou ainda que outros três funcionários do Incra deixem os cargos em razão da acusação de envolvimento no caso.

A assessoria do Incra, em São Paulo, informou por e-mail que "o processo não está transitado em julgado". Afirmou também que "foi dada entrada no recurso e está em análise". Ainda de acordo com a assessoria, "enquanto não transitar em julgado, a decisão não é aplicada". A reportagem não conseguiu localizar o superintendente regional do Incra ontem.

Os integrantes do MST Neuza Paviato Botelho e José Aparecido Gomes Maia, um dos principais coordenadores da sigla no Pontal, terão suspensos os direitos políticos pelo prazo de três anos e serão proibidos, pelo mesmo período, de contratar ou receber benefícios fiscais ou verbas públicas.

A reportagem não conseguiu contato com os integrantes do MST citados na decisão na tarde de ontem. A assessoria do MST foi procurada à tarde, mas até as 19h30 não havia comentado o caso. A assessoria da Cocamp não foi localizada.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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