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09/06/2009 - 07h39

MST faz protestos em 15 Estados contra redução de verbas para educação

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da Agência Folha
colaboração para a Folha

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou ontem ações em 15 Estados em protesto contra o corte de 62% do orçamento do Pronera (Programa Nacional de Educação em Áreas da Reforma Agrária) este ano.

Segundo a dirigente nacional do MST Edite Prates, o orçamento previsto para este ano era de R$ 69 milhões e teve um corte de R$ 43 milhões, anunciado no último mês.

Desde 1998, o programa foi responsável pela escolarização e formação de mais de 520 mil jovens e adultos assentados, segundo o MST. São mais de 17,4 mil alunos em salas de aula de 46 instituições de ensino.

Ao menos dez sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foram invadidas ontem --em Belo Horizonte (MG), São Paulo, Teodoro Sampaio (SP), Recife (PE), Petrolina (PE), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Porto Velho (RO, Chapecó (SC) e João Pessoa (PB). O expediente não foi interrompido.

Em outras cidades --como Maceió (AL), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Teresina (PI), Marabá (PA) e Curitiba (PR)--, manifestantes montaram acampamentos em frente às sedes do Incra. Em Porto Alegre (RS), os cerca de cem sem-terra acampados deixaram o local de protesto no final da tarde. Segundo o Incra-RS, o corte no orçamento do programa não atingirá turmas no Estado.

No Paraná, onde o protesto reuniu cerca de 400 pessoas, a coordenação do MST não descartou manter também hoje a manifestação na frente da sede do Incra no Estado.

''O corte no repasse do Pronera provoca uma interrupção no processo de formação, e isso causar danos profundos à educação, tanto em nível médio como universitário'', disse Paulo Roberto Miranda, da coordenação regional do MST.

Além de seguirem a pauta de reivindicações nacionais, em alguns Estados os manifestantes aproveitaram o protesto para fazer outras reivindicações.

Em Minas Gerais, além da invasão, cerca de 150 sem-terra bloquearam uma pista da BR-365, na altura do município de Jequitaí (norte de Minas Gerais). Além de reivindicar mais verbas para o Pronera, eles pediam a desapropriação de duas fazendas no Estado.

Em Santa Catarina, cerca de 200 estudantes do ensino médio de três escolas instaladas em assentamentos da região de Chapecó (583 km de Florianópolis) realizaram marcha no centro da cidade e invadiram o prédio do Incra durante a manhã de ontem.

Eles pediram que o MEC (Ministério da Educação) reconhecesse um curso técnico em Agroecologia, já em funcionamento na escola instalada no assentamento do município de Fraiburgo. O coordenador regional do Incra, Sérgio Aosani, que recebeu os manifestantes, disse que encaminhará o pedido à central do órgão no Estado.

Na Paraíba, os cerca de cem estudantes que invadiram a sede do Incra em João Pessoa também reivindicavam novos cursos superiores.

Em nota, o Incra afirmou que está "buscando a recomposição do orçamento para ampliar e dar continuidade ao programa".

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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