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04/06/2004
-
05h48
RAYMUNDO COSTA
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares, afirmou que vai fazer uma varredura nas contas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, para determinar precisamente qual foi o valor doado por laboratórios farmacêuticos e se há entre eles empresas da "máfia" que desviava recursos do Ministério da Saúde. O levantamento deve ficar pronto até quarta-feira.
As cifras que teriam sido doadas pelos laboratórios mencionadas até agora não batem. Levantamento feito pela Folha na prestação de contas da campanha contabilizou R$ 1,075 milhão. Delúbio falou de um valor entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,6 milhão. "Mas eu tenho de ver. [...] Não importa quanto foi. O que importa é que doaram de maneira legal", afirmou ontem ele à Folha.
Delúbio também falou sobre as suspeitas de envolvimento do PT com acusados de envolvimento em fraudes no Ministério da Saúde. Referiu-se especificamente ao seu relacionamento com Reginaldo Muniz Barreto (ex-diretor-executivo do Fundo Nacional de Saúde) e Laerte Corrêa Júnior.
Este último é citado no depoimento prestado à PF, em 25 de maio, por Francisco Danúbio Honorato, empresário que, como Laerte, foi detido, mas já liberado.
Honorato declara ter ouvido "comentários" de que Laerte teria autorização de Delúbio para solicitar dinheiro das empresas farmacêuticas e intermediar interesses delas junto à Saúde.
Sobre isso, Delúbio declarou, no começo desta semana: "Não corresponde à verdade. Ninguém está autorizado a falar em nome do PT nem em meu nome. Você acha que sou maluco?".
Ontem, disse: "O Laerte prestava consultoria --é assim que ele falava- para os laboratórios. Até então não havia nada que depusesse contra ninguém".
A Folha indagou a Delúbio se durante a eleição de 2002 ocorreu a ele e a outros dirigentes petistas alguma desconfiança de Laerte Corrêa. O tesoureiro respondeu:
"Na época, não. Ele até falava pouco. Estava sempre acompanhado. Quem falava era o representante oficial do laboratório".
Sobre Barreto, Delúbio disse conhecê-lo "há anos" e que espera poder "ter a tranqüilidade de ele não estar envolvido nisso".
O tesoureiro também comentou um "boato" segundo o qual haveria uma foto de Laerte com o presidente Lula: "Que eu saiba, não tem".
Colaborou IURI DANTAS, da Folha de S.Paulo
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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares, afirmou que vai fazer uma varredura nas contas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, para determinar precisamente qual foi o valor doado por laboratórios farmacêuticos e se há entre eles empresas da "máfia" que desviava recursos do Ministério da Saúde. O levantamento deve ficar pronto até quarta-feira.
As cifras que teriam sido doadas pelos laboratórios mencionadas até agora não batem. Levantamento feito pela Folha na prestação de contas da campanha contabilizou R$ 1,075 milhão. Delúbio falou de um valor entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,6 milhão. "Mas eu tenho de ver. [...] Não importa quanto foi. O que importa é que doaram de maneira legal", afirmou ontem ele à Folha.
Delúbio também falou sobre as suspeitas de envolvimento do PT com acusados de envolvimento em fraudes no Ministério da Saúde. Referiu-se especificamente ao seu relacionamento com Reginaldo Muniz Barreto (ex-diretor-executivo do Fundo Nacional de Saúde) e Laerte Corrêa Júnior.
Este último é citado no depoimento prestado à PF, em 25 de maio, por Francisco Danúbio Honorato, empresário que, como Laerte, foi detido, mas já liberado.
Honorato declara ter ouvido "comentários" de que Laerte teria autorização de Delúbio para solicitar dinheiro das empresas farmacêuticas e intermediar interesses delas junto à Saúde.
Sobre isso, Delúbio declarou, no começo desta semana: "Não corresponde à verdade. Ninguém está autorizado a falar em nome do PT nem em meu nome. Você acha que sou maluco?".
Ontem, disse: "O Laerte prestava consultoria --é assim que ele falava- para os laboratórios. Até então não havia nada que depusesse contra ninguém".
A Folha indagou a Delúbio se durante a eleição de 2002 ocorreu a ele e a outros dirigentes petistas alguma desconfiança de Laerte Corrêa. O tesoureiro respondeu:
"Na época, não. Ele até falava pouco. Estava sempre acompanhado. Quem falava era o representante oficial do laboratório".
Sobre Barreto, Delúbio disse conhecê-lo "há anos" e que espera poder "ter a tranqüilidade de ele não estar envolvido nisso".
O tesoureiro também comentou um "boato" segundo o qual haveria uma foto de Laerte com o presidente Lula: "Que eu saiba, não tem".
Colaborou IURI DANTAS, da Folha de S.Paulo
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