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10/06/2004 - 17h20

Viegas defende investimento para exportar urânio enriquecido

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da Folha Online

O ministro da Defesa, José Viegas Filho, defendeu na noite de ontem que o Brasil se converta ao longo de alguns anos em exportador de urânio enriquecido com fins pacíficos.

"Somente dentro de alguns anos poderemos pensar em exportar urânio enriquecido, mas creio que devemos investir na indústria nuclear", disse o ministro em entrevista à TV Nacional, da Radiobras.

Ele disse que a energia nuclear é uma "energia limpa" e "é preciso desenvolver as capacidades tecnológicas que podem nos assegurar um lugar ao sol neste mercado, com fins pacíficos".

Viegas afirmou, entretanto, que a exportação de urânio enriquecido não faz parte das prioridades do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, o governo "não está pensando no assunto" porque no momento "a capacidade de processamento não é suficiente para permitir a exportação". Disse também estar convencido que se encontrará uma solução definitiva para a questão dos resíduos.

China

Durante a viagem do presidente Lula à China, no mês passado, as autoridades chinesas expressaram interesse em comprar urânio enriquecido do Brasil.

A partida para essa negociação foi dada numa conversa entre o ministro da Ciência e Tecnologia brasileiro, Eduardo Campos, e autoridades chinesas responsáveis pelas áreas espacial e nuclear. Ficou acertada uma nova reunião em agosto, no Brasil, com o objetivo de aprofundar as discussões.

Na ocasião, Campos confirmou, por meio de nota oficial, a possibilidade de cooperação com o governo chinês. Porém, para que ela possa ocorrer, será preciso a revisão da política brasileira para esses assuntos e uma série de estudos do governo brasileiro para as questões.

Na ocasião, o Ministério da Ciência e da Tecnologia dizia que "o Brasil não participa do comércio internacional de minério de urânio e a revisão dessa política dependeria dos resultados de estudo abrangente, de nível interministerial".

Em relação à transferência de tecnologia de urânio enriquecido à China, a nota dizia que "dada a fase incipiente do programa, o país não dispõe de capacidade para atender às suas próprias necessidades internas, não estando, portanto, em condições de exportá-lo".

Polêmica

O Brasil tem a sexta reserva mundial desse mineral, é um dos poucos países que dominam a tecnologia de enriquecimento de urânio e possui as instalações de Angra 1 e Angra 2, localizadas em Angra dos Reis (180 km ao sul do Rio de Janeiro).

No dia 4 de abril, o jornal americano "Washington Post" publicou reportagem afirmando que o Brasil proibiu inspeção da ONU à fábrica de combustível nuclear de Resende (RJ). O governo brasileiro classificou as informações como "inaceitáveis" e "sem fundamento".

Na entrevista, Viegas disse que o "Brasil é o único país do mundo que tem suas instalações militares abertas à inspeção da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e que dá garantia plena de que seus programas nucleares estão dedicados a fins pacíficos".

A questão nuclear havia gerado polêmica anteriormente, logo após a posse do presidente Lula, quando o então ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, disse ser favorável que o Brasil dominasse o conhecimento necessário para a construção de uma bomba atômica.

Com a France Presse

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