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25/09/2009 - 17h48

Virgílio cobra explicações do Senado sobre gastos com cursos de servidores no exterior

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MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

A primeira-secretaria do Senado terá que dar novas explicações ao líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), sobre o número dos servidores da Casa que fizeram curso no exterior nos últimos 14 anos. O tucano protocolou nesta sexta-feira um requerimento pedindo que seja informado quanto custou, por mês, ao Senado os cursos e congressos realizados por funcionários no exterior. Pelo menos, 100 servidores foram ao exterior com despesas parcial ou integralmente pagas pela Casa.

Após quase 80 dias, o comando do Senado entregou na segunda-feira um levantamento a Virgílio, que não informa o montante gasto pela Casa. Entre os cursos identificados , contraterrorismo , inglês e capoeira.

"A lista de servidores do Senado que fizeram cursos no exterior não atendeu integralmente ao que solicitava. Não ficou claro quais são os servidores efetivos e quais são os servidores comissionados daquela relação? Onde estão ou estavam lotados os servidores listados? Qual foi o custo mensal e anual de cada um desses servidores aos cofres do Senado? É preciso que isso seja esclarecido", disse.

O levantamento mostra ainda que 98 servidores tiveram autorização do Senado para ir ao exterior participar de cursos de capacitação --entre eles de idiomas, graduação, pós-graduação-- entre 2007 e 2009. A maior parte das licenças ocorreu em 2008, quando 58 funcionários foram liberados.

As tabelas não comprovam, no entanto, se houve irregularidades no pagamento dos cursos, já que muitos servidores foram autorizados oficialmente a deixar a Casa. Não é possível verificar, também, se os funcionários continuaram recebendo salários da instituição enquanto se ausentaram da Casa --como ocorreu com o caso de Renan.

Virgílio pediu para ter acesso aos dados depois de descobrir que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teria empregado em seu gabinete um servidor que, apesar de estar lotado na Casa, realizou curso no exterior com o salário pago pela Casa.

O tucano respondeu a processo no Conselho de Ética pela denúncia de que um de seus servidores fez curso no exterior às custas do Senado. O senador devolveu mais de R$ 210 mil ao Legislativo, mas ficou irritado com Renan --que considerou legítimo o pagamento.

"Eu me antecipei a tudo. Bastava eu ter ficado quieto que não teria tido a repercussão que teve. Mas eu falei dez vezes sobre o assunto. Chamei atenção para o problema e eu próprio dei a solução. Eu falava dos fatos, mas não mencionava os nomes das pessoas envolvidas. Eu suponho que Vossa Excelência haverá de se explicar perante a Casa e a nação, como eu estou fazendo", disse Virgílio.

Renan subiu à tribuna para se explicar, mas preferiu esquivar-se da acusação. "Não vou comparar aqui a situação de nenhum funcionário. Não compete a um senador fiscalizar a frequência de um servidor. Quando ele foi viajar, me procurou e eu disse a ele que procurasse o seu chefe imediato. Não tinha certeza onde ele era lotado. Não tenho nada a ver com essa questão", disse o peemedebista.

Depois da denúncia, Virgílio decidiu ressarcir os cofres do Senado pelo pagamento irregular ao servidor. Apesar de não cobrar o ressarcimento de Renan, o líder do PSDB disse esperar que o peemedebista reconheça a acusação. 'Talvez a diferença é que estou dizendo que sabia, e Vossa excelência diz que não sabia. Há uma contradição entre Vossa Excelência e o servidor', afirmou.

Denúncia

Em entrevista ao blog do jornalista Fabio Pannunzio, da TV Bandeirantes, o deputado estadual alagoano Rui Palmeira (PR), filho do ex-senador Guilherme Palmeira, admitiu ter feito um curso de inglês na Austrália, de dezembro de 2005 a março de 2006, no Metro College.

Nesse período era funcionário do Senado, lotado na presidência da Casa --no período em que Renan ocupou o cargo. A exoneração foi publicada apenas no dia 31 de março de 2006.

Sob a mesma acusação, Renan encaminhou representação contra Virgílio ao Conselho de Ética por ter mantido em seu gabinete um funcionário que estudava na Espanha, mas recebia os vencimentos do Senado. O tucano reconheceu a irregularidade durante discurso no plenário da Casa e, em outubro, vai pagar a última parcela do valor equivalente ao recebido pelo servidor.

Comentários dos leitores
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
Freddy Grandke (250) 02/02/2010 10h27
"servidores que ameaçam recorrer à Justiça contra a implantação do novo sistema por meio do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União)".
Quer dizer que apesar de ser funcionário "público" eles não querem estar sob controle. Demitam todos e ai eles vão ver como era bom ser funcionário público.
sem opinião
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Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
Washington Marques (129) 02/02/2010 09h57
A Galera que vai trabalhar na campanha dos senadores para a releição ficaram fora do ponto eletronico. No Senado Federal, quanto maior o cargo do funcionário e do Senador, é que a fiscalização tem que ser maior, uma vez que na rede da tranbicagem peixe pequeno não entra. sem opinião
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Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
Plinio Vieira Soares (2) 01/02/2010 22h54
É lamentavel que o ex presidente Jose Sarney nao tenha o menor apesso pela sua biografia; Um politico sem carisma, que para se manter no poder negociou com todos os governos possiveis e aceitou as maiores torpezas podia ao menos na velhice respeitar o papel de homem da transiçao democratica e nao terminar assim como uma das maiores vergonhas da classe politica.
Esta promessa de ponto eletronicao é como a de reforma administrativa no Senado, se o Senado fosse uma empresa ja teria quebrado, sua eficiencia é vergonha para os cidadãos.
Se nosso sistema politico exigisse um numero minimo de votos sem os quais nao se elegeriam um politico poderiamos ter uma camara com 500, ou com 400, ou 300 ou 200 representaantes.
O ex presidente deveria se retirar para Ilha do Calhau e rezar para que o país o esquecesse.
sem opinião
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