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05/08/2004
-
16h47
CAIO MAIA
da Folha Online
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso surpreendeu a platéia de políticos e empresários que o assistia na manhã desta quinta-feira, na Fiesp, ao falar sobre sua falta de convicção sobre os efeitos que a Alca traria sobre o país.
FHC falava sobre a necessidade de o país definir algumas questões que, em sua opinião, não devem mudar sempre que o governo mudar. Ele deu como exemplo a economia espanhola, que tem atravessado sem traumas as trocas de poder entre socialistas e populares.
Um dos exemplos de definição abordado pelo ex-presidente foi a questão dos blocos econômicos. "Estamos sempre hesitando: Mercosul, Alca, União Européia, nada. Nós não fazemos, não vamos até o fim em nada, não tomamos uma decisão efetiva", afirmou.
Sobre o Mercosul, FHC disse que, apesar da boa vontade de todos os presidentes brasileiros desde Sarney, o bloco não foi "institucionalizado, ainda depende da telefonemas entre os presidentes dois países membros.
Sobre a entrada do Brasil na Alca, o ex-presidente fez uma afirmação surpreendente: "Eu mesmo tenho dúvidas [sobre a formação do bloco]. Com isso, lá em Quebec, pus tantas condições que não vai acontecer nada", afirmou, mencionando reunião da qual participou para definir as linhas gerais da Alca.
Antes, ele falara sobre sua preocupação com a "necessidade de milagres" da sociedade brasileira. "Aqui nós ainda temos uma sociedade que, de vez em quando, quer um milagre, cansa do rumo, e acha que pode haver um salto. A sociedade tem que amadurecer para entender que não tem milagre."
Sem política
FHC preferiu passar distante de temas sobre a política nacional, como as eleições municipais e as acusações contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb.
Para uma platéia de cerca de 50 empresários --entre eles, apenas três mulheres--, ele discorreu sobre a situação política americana e européia, os tigres asiáticos e a importância da democracia. Fez algumas críticas à política brasileira também, mas deixou claro que as críticas diziam respeito também a seu próprio governo.
Além do presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, participaram do evento os ex-presidentes da entidade Mário Amato e Carlos Eduardo Moreira Ferreira, o ex-ministro de seu governo Celso Lafer, e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen. Nenhum dos presentes fez perguntas a FHC.
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso surpreendeu a platéia de políticos e empresários que o assistia na manhã desta quinta-feira, na Fiesp, ao falar sobre sua falta de convicção sobre os efeitos que a Alca traria sobre o país.
FHC falava sobre a necessidade de o país definir algumas questões que, em sua opinião, não devem mudar sempre que o governo mudar. Ele deu como exemplo a economia espanhola, que tem atravessado sem traumas as trocas de poder entre socialistas e populares.
Um dos exemplos de definição abordado pelo ex-presidente foi a questão dos blocos econômicos. "Estamos sempre hesitando: Mercosul, Alca, União Européia, nada. Nós não fazemos, não vamos até o fim em nada, não tomamos uma decisão efetiva", afirmou.
Sobre o Mercosul, FHC disse que, apesar da boa vontade de todos os presidentes brasileiros desde Sarney, o bloco não foi "institucionalizado, ainda depende da telefonemas entre os presidentes dois países membros.
Sobre a entrada do Brasil na Alca, o ex-presidente fez uma afirmação surpreendente: "Eu mesmo tenho dúvidas [sobre a formação do bloco]. Com isso, lá em Quebec, pus tantas condições que não vai acontecer nada", afirmou, mencionando reunião da qual participou para definir as linhas gerais da Alca.
Antes, ele falara sobre sua preocupação com a "necessidade de milagres" da sociedade brasileira. "Aqui nós ainda temos uma sociedade que, de vez em quando, quer um milagre, cansa do rumo, e acha que pode haver um salto. A sociedade tem que amadurecer para entender que não tem milagre."
Sem política
FHC preferiu passar distante de temas sobre a política nacional, como as eleições municipais e as acusações contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb.
Para uma platéia de cerca de 50 empresários --entre eles, apenas três mulheres--, ele discorreu sobre a situação política americana e européia, os tigres asiáticos e a importância da democracia. Fez algumas críticas à política brasileira também, mas deixou claro que as críticas diziam respeito também a seu próprio governo.
Além do presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, participaram do evento os ex-presidentes da entidade Mário Amato e Carlos Eduardo Moreira Ferreira, o ex-ministro de seu governo Celso Lafer, e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen. Nenhum dos presentes fez perguntas a FHC.
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