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05/08/2004 - 18h58

Meirelles nega irregularidades e diz desconhecer empresa de doleiros

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ELAINE COTTA
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negou mais uma vez que tenha cometido irregularidade fiscal e informou desconhecer a empresa dos doleiros investigados pela CPI do Banestado, para a qual teria enviado cerca de US$ 50 mil.

Notícia veiculada hoje pelo site da revista "Veja" afirma que Meirelles tinha conta não-declarada no exterior e que teria sido usada para enviar os recursos para a conta dos doleiros, que são investigados por suspeita de lavagem de dinheiro.

Em nota divulgada no final do dia, Meirelles afirma que esse tipo de movimentação é "comum" nos EUA e que o caso citado foi apenas um dos vários depósitos realizados pelo presidente do BC no exterior. O presidente do BC passou o dia em São Paulo para cumprir agenda não divulgada.

"Nos Estados Unidos é comum a realização de pagamentos através do envio de recursos para uma conta bancária indicada pelo recebedor. O caso citado agora foi apenas mais um entre os inúmeros pagamentos feitos desta maneira por Meirelles durante o período em que residiu nos Estados Unidos", informou a nota.

Conta não-declarada

Ainda de acordo com a revista, o dinheiro que estava na conta, em 18 de outubro de 2002, foi transferido para outra conta, que pertence à offshore (empresa estrangeira) Biscay Trading Ltd., controlada por um grupo de doleiros de São Paulo que está sob investigação por suspeita de lavagem de dinheiro.

Na declaração de Imposto de Renda que Meirelles entregou à Receita Federal em 2003 (ano-base 2002), ele disse ter cinco contas bancárias. Apenas uma delas foi aberta no exterior, mas no FleetBoston, o banco americano que foi presidido por Meirelles. Sua declaração, segundo a "Veja", não faz nenhuma menção à conta no Goldman Sachs.

Na nota, o presidente do BC diz que a conta bancária citada na reportagem foi ativada em 23 de agosto de 2002 e desativada no dia 3 de dezembro do mesmo ano. Por isso, não foi incluída na declaração de bens relativa ao ano de 2002.

"Todos os bens de Henrique Meirelles estão declarados ao fisco brasileiro", informou a nota.

Doleiros

Meirelles informou ainda que todos os seus rendimentos nos EUA têm origem "conhecida" e foram declarados e tributados pelo governo norte-americano. Disse ainda que, após o seu retorno definitivo ao Brasil, todos os seus bens e rendimentos passaram a ser declarados e tributados pelo fisco brasileiro.

Meirelles também negou conhecer a empresa investigada pela CPI do Banestado, para a qual teria enviado o dinheiro.

"O presidente do BC não tinha condições de controlar ou auditar contas bancárias indicadas pelo recebedor. Meirelles, portanto, não conhece a empresa mencionada pela reportagem. Neste momento, não tem como identificar o recebedor do pagamento específico mencionado na matéria", informou.

A revista cita um documento de 50 páginas que estaria em poder da CPI do Banestado e afirma que Meirelles era, no ano de 2002, titular de uma conta no banco Goldman Sachs, nos EUA, que não teria sido declarada à Receita Federal.

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