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06/08/2004 - 11h00

Meirelles diz ter "apoio total" de Lula mesmo após denúncia

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da Folha Online

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negou hoje que possa deixar o cargo e afirmou ter "apoio total" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo após a divulgação de nova denúncia sobre uma de suas transações financeiras.

"Apoio total é o que tenho recebido de Lula e de seus ministros", afirmou Meirelles, em entrevista ao "Bom Dia Brasil", da TV Globo. "Lula tem manifestado apoio, suporte e indignação por pessoas estarem vazando informações", completou.

Segundo denúncia divulgada ontem pelo site da revista "Veja", Meirelles seria em 2002 titular de uma conta no banco americano Goldman Sachs com US$ 50 mil que não foi declarada à Receita Federal. No mesmo ano, o dinheiro teria sido transferido para uma conta de doleiros investigados pela CPI do Banestado por suspeita de lavagem de dinheiro.

Em sua defesa, Meirelles repetiu hoje na TV Globo o que já havia dito ontem. Informou que a conta que possuía no Goldman Sachs não foi declarado porque teria sido aberta em 23 de agosto de 2002 e fechada no dia 3 de dezembro do mesmo ano. Por isso, não precisava ser incluída na declaração de bens relativa ao ano de 2002.

Em relação ao depósito de pouco mais de US$ 50 mil na conta de doleiros, Meirelles disse que não tem como conhecer o histórico de pessoas a quem faz pagamentos. "Quem está fazendo a transferência não sabe se o dono da conta cumpriu todas as suas obrigações. (...) Não tenho relações com doleiros."

Cerca de duas horas depois da entrevista, a "IstoÉ" publicou em seu site nova denúncia contra Meirelles. De acordo com a revista, Meirelles teria declarado à Receita Federal em 2001 e 2002 que um imóvel avaliado em R$ 40 mil valeria apenas R$ 1.

Vazamento

Na TV Globo, Meirelles também assumiu hoje uma postura menos defensiva e fez acusações àqueles que estariam quebrando seu direito ao sigilo bancário e vazando informações "distorcidas" à imprensa.

"Fico indignado em primeiro lugar porque está se quebrando meu sigilo. (...) Algumas pessoas estão cometendo crime, pegando esses dados e divulgando de forma distorcida", afirmou.

O presidente do BC disse não saber quem poderia estar por trás do vazamento de informações. "Cabe à polícia investigar", afirmou.
Mesmo com as denúncias, Meirelles disse ter "ânimo" para continuar no cargo. "Meu ânimo é de quem trabalhou duro, pagou seus impostos, teve sucesso nos Estados Unidos e voltou para ajudar o Brasil."

Congresso

Durante a entrevista ao "Bom Dia Brasil", Meirelles não foi questionado sobre a data da audiência pública no Senado em que deverá tratar das denúncias.

Anteontem a Comissão de Fiscalização e Controle do Senado aprovou requerimento em que convidava Meirelles a dar mais explicações sobre as denúncias de movimentações financeiras irregulares.

A data da audiência, entretanto, ainda deve ser negociada com Meirelles. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Lula e a base aliada trabalham para adiar ao máximo o comparecimento de Meirelles, evitando desgaste a ele mesmo e ao governo.

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