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13/08/2004 - 07h27

Lula vetou convocação de FHC para depor a respeito de operação do BC

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

A ameaça de convocar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para prestar depoimento à CPI do Banestado é baseada numa operação de US$ 840 milhões entre o Banco Central e o banco espanhol BBV (Bilbao Viscaya) em 1998. Levado o caso ao conhecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele vetou a convocação de Fernando Henrique, segundo a Folha apurou.

No entanto, a ameaça e o veto evidenciam que membros do PT na CPI têm uma linha direta com o Palácio do Planalto para levar informações sobre os tucanos. O ministro José Dirceu (Casa Civil) é o receptor dos dados. Foi ele quem informou Lula da possibilidade de convocar FHC, mas manifestou posição contrária à idéia. O presidente Lula também achou que seria um "constrangimento injustificado".

Em outubro de 1998, o Banco Central aplicou US$ 840 milhões no BBV a uma taxa anual de juros de 6% por um período de quatro anos. Ao mesmo tempo, o BBV aplicou US$ 840 milhões em títulos brasileiros a uma taxa de 14,5%.

A transação foi parte de um acordo entre o governo e o BBV para permitir que o banco espanhol comprasse o Excel Econômico por US$ 500 milhões.

Membros da CPI disseram a Dirceu que possuem um documento no qual FHC avaliza a operação --o que é natural, pois, para um banco estrangeiro comprar um banco nacional, é preciso haver uma autorização presidencial.

O mesmo episódio levou o ex-presidente do BC Gustavo Franco a ser reconvocado para depor na CPI do Banestado. Em data ainda a definir, pretende-se que ele explique a "operação casada".

"Temos indícios de que essa operação, na qual o BBV ganhou US$ 76 milhões a mais que o Banco Central brasileiro, foi parte da negociação para a venda do Excel Econômico", disse no final de março o deputado federal José Mentor (PT-SP), relator da CPI.

Outro lado

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que convocar Fernando Henrique Cardoso e Gustavo Franco por esse motivo "é ridículo".

"Foi uma decisão de autoridades, diferente de o presidente do Banco Central [Henrique Meirelles] e do Banco do Brasil [Cássio Casseb] terem de explicar operações do patrimônio privado", afirmou.

FHC não havia respondido a um telefonema da Folha até as 19h de ontem.

Em março, Franco disse, em nota, que o Banco Central tem de aplicar parte das reservas do país em bancos de primeira linha no exterior e que a rentabilidade dessa aplicação segue taxas de juros do mercado internacional.

Segundo a nota, "o BC procurava aplicar as reservas em bancos que tivessem investimentos no Brasil".

Como o BBV queria entrar no mercado brasileiro e o Banco Central tinha o interesse numa solução para o Banco Excel Econômico, que estava em situação financeira difícil, o banco espanhol propôs que a contrapartida fosse a aplicação de parte das reservas brasileiras, o que foi feito.

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