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14/08/2004
-
07h39
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo de Andrade, disse ontem que apóia modificações no projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo caso exista a interpretação que a atual redação do texto confere ao conselho o poder de controlar o conteúdo editorial das empresas.
"O texto é nosso, mas se há a interpretação de que o conselho vai controlar conteúdo, eliminem-se as expressões, altere-se o texto se ele está levando ao entendimento equivocado de que haverá fiscalização de conteúdo. Não é essa, absolutamente, nossa intenção", afirmou Andrade durante debate promovido pela TV Câmara.
No debate, o presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo, questionou a representatividade da Fenaj para apresentar a proposta, que segundo ele não representaria o anseio da classe. "Um projeto dessa natureza tem que atender a uma demanda social. É discutível a representatividade da Fenaj para elaborar e apresentar um projeto dessa magnitude em nome dos jornalistas", afirmou Azêdo.
Segundo Azêdo, existiriam cerca de 130 mil jornalistas registrados, mas o processo que resultou na eleição da nova diretoria da Fenaj contou com a participação de apenas 5.000 profissionais.
"A Fenaj tem representatividade sim", retrucou o presidente da entidade, afirmando que a entidade acredita que apenas 50 mil profissionais estejam hoje em atividade. "Diante disso, 5.000 é muito representativo", disse Andrade.
Liberdade relativa
Após o programa, Andrade apoiou uma afirmação recente do ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) de que a liberdade não é um valor absoluto.
"Ele tem razão, a gente não pode sair por aí propondo a impunidade absoluta aos jornalistas, o valor da liberdade de imprensa tem de ser igual ao valor da responsabilidade, caso contrário vira impunidade", disse. "Em nenhum lugar do mundo existe isso de liberdade absoluta de imprensa. É um valor importante, que temos que lutar por ele, mas temos que lutar no mesmo grau pela responsabilidade na atuação profissional", acrescentou Andrade.
O debate contou ainda com as presenças dos deputados federais José Thomaz Nonô (PFL-AL), contrário ao projeto de criação do CFJ, e Wasny de Roure (PT-DF), que é favorável ao texto.
O pefelista Thomaz Nonô, que é líder da minoria na Câmara dos Deputados, afirmou enxergar interesse do governo no projeto: "Não há demanda da sociedade para a criação desse conselho, que é um pleito corporativo, de segmentos da categoria. O curioso é isso aflorar no momento em que o governo está debaixo de uma saraivada de críticas".
O deputado petista Roure rebateu as críticas: "A oposição ao projeto é dos donos dos jornais e dos articulistas. São eles quem definem a pauta da mídia".
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo de Andrade, disse ontem que apóia modificações no projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo caso exista a interpretação que a atual redação do texto confere ao conselho o poder de controlar o conteúdo editorial das empresas.
"O texto é nosso, mas se há a interpretação de que o conselho vai controlar conteúdo, eliminem-se as expressões, altere-se o texto se ele está levando ao entendimento equivocado de que haverá fiscalização de conteúdo. Não é essa, absolutamente, nossa intenção", afirmou Andrade durante debate promovido pela TV Câmara.
No debate, o presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo, questionou a representatividade da Fenaj para apresentar a proposta, que segundo ele não representaria o anseio da classe. "Um projeto dessa natureza tem que atender a uma demanda social. É discutível a representatividade da Fenaj para elaborar e apresentar um projeto dessa magnitude em nome dos jornalistas", afirmou Azêdo.
Segundo Azêdo, existiriam cerca de 130 mil jornalistas registrados, mas o processo que resultou na eleição da nova diretoria da Fenaj contou com a participação de apenas 5.000 profissionais.
"A Fenaj tem representatividade sim", retrucou o presidente da entidade, afirmando que a entidade acredita que apenas 50 mil profissionais estejam hoje em atividade. "Diante disso, 5.000 é muito representativo", disse Andrade.
Liberdade relativa
Após o programa, Andrade apoiou uma afirmação recente do ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) de que a liberdade não é um valor absoluto.
"Ele tem razão, a gente não pode sair por aí propondo a impunidade absoluta aos jornalistas, o valor da liberdade de imprensa tem de ser igual ao valor da responsabilidade, caso contrário vira impunidade", disse. "Em nenhum lugar do mundo existe isso de liberdade absoluta de imprensa. É um valor importante, que temos que lutar por ele, mas temos que lutar no mesmo grau pela responsabilidade na atuação profissional", acrescentou Andrade.
O debate contou ainda com as presenças dos deputados federais José Thomaz Nonô (PFL-AL), contrário ao projeto de criação do CFJ, e Wasny de Roure (PT-DF), que é favorável ao texto.
O pefelista Thomaz Nonô, que é líder da minoria na Câmara dos Deputados, afirmou enxergar interesse do governo no projeto: "Não há demanda da sociedade para a criação desse conselho, que é um pleito corporativo, de segmentos da categoria. O curioso é isso aflorar no momento em que o governo está debaixo de uma saraivada de críticas".
O deputado petista Roure rebateu as críticas: "A oposição ao projeto é dos donos dos jornais e dos articulistas. São eles quem definem a pauta da mídia".
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