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21/08/2004 - 09h19

Secretário de Lula defende "limites" para jornalistas

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da Folha de S.Paulo

Em debate que não teve tréguas nem mesmo durante os intervalos, o colunista da Folha Clóvis Rossi declarou ser contra a proposta de criação de um Conselho Federal de Jornalismo, ao passo que o secretário de Imprensa da Presidência da República, Ricardo Kotscho, disse que o jornalismo "precisa de limites".

Os dois debateram na gravação do programa "Dois a um", do SBT, que vai ao ar na madrugada da próxima segunda-feira, à 0h45.

A apresentadora Mônica Waldvogel iniciou o programa com a pergunta: "Afinal, quem é a favor e quem é contra o conselho?". Rossi adiantou-se e respondeu de pronto: "Eu sou contra". Kotscho, por sua vez, disse ser favorável ao debate que, na opinião dele, não tem ocorrido na mídia.

Kotscho disse que o projeto foi enviado pelos jornalistas por meio da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). Para Rossi, não é correto afirmar que a proposta é da classe.

"Sem desmerecer a Fenaj, há entidades com mais história que não concordam com esse projeto", disse o colunista da Folha, que mencionou o fato de a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) ser contra o conselho. "O CFJ é proposta de parte dos jornalistas, não de todos", frisou.

Para Rossi, o conselho representa a "mania de achar que a sociedade precisa de tutela". Ele disse que já existem dois limites para o jornalismo: as leis e o público.

Kotscho discordou. Citou a declaração do ministro Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal, para quem as ações judiciais não têm inibido os excessos do jornalismo.

Segundo o secretário de Imprensa, o jornalista "não pode ser comparado a índio, idoso e criança", a quem as leis são aplicadas de forma diferenciada. Para ele, os jornalistas precisam de limites, os quais podem ser estabelecidos por um conselho.

Ansiosos, em alguns momentos eles se atropelaram ao falar. "Você não me deixa falar", reclamou Kotscho. "Mas só você fala", respondeu Rossi. Mas ambos concordaram quando o secretário afirmou ser contra "jornalismo de futrica". Rossi, então, disse: "Meu instinto básico é discordar sempre de gente do governo, mas agora vou concordar. Prefiro tomar furo a dar barriga [notícia falsa]".

Outro ponto de concordância foi em relação à necessidade de desconcentração da propriedade dos meios de comunicação.

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