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24/09/2004 - 10h13

Prefeituras negam favorecimento a empresa de lixo

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da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
Do enviado especial da Folha de S.Paulo a Ribeirão Preto

As prefeituras paulistas relacionadas pelo Ministério Público como alvos de um suposto esquema de corrupção por parte do grupo Leão Leão negaram irregularidades em seus procedimentos ou até ter contratos com a empresa.

Já a Leão Leão emitiu novo comunicado. "Voltamos a registrar nossa indignação diante da reiteração de alguns órgãos da imprensa junto a nossa assessoria de comunicação para manifestarmo-nos sobre supostas gravações telefônicas transcritas em quebra de sigilo telefônico requerido e autorizado por autoridades competentes. Até o dia de hoje, apesar dos requerimentos aos órgãos responsáveis pela guarda e sigilo das alegadas transcrições, não nos foi autorizado o direito de acesso aos aludidos documentos", diz.

A Prefeitura de Ribeirão Preto afirma ter dois contratos com a empresa: um assinado em 1999, na gestão Luiz Roberto Jábali (PSDB), e outro em 2001, no governo Antonio Palocci (PT). "Esta administração sempre se pautou pelo rigor legal e pela transparência pública em seus atos. A prefeitura cumpre com zelo e regularidade o dever de colocar à disposição dos cidadãos as informações relativas aos seus procedimentos em todas as áreas", diz a nota da gestão Gilberto Maggioni (PT).

Sem contrato

O prefeito de Franca, Gilmar Dominici (PT), alega que Franca não possui contrato com a Leão Leão e que ele não tem contato com membros da empresa. "Faz muito tempo que não vejo a cara de alguém deles, não tenho negócio com a Leão. Aliás, não tenho negócio com empresa nenhuma."

O vice-presidente do PMDB de São Paulo, Airton Sandoval, citado em diálogo entre executivos da Leão Leão, confirmou ter solicitado dinheiro à empreiteira para campanha eleitoral, mas negou ter falado num valor e diz que o pedido foi feito segundo a lei.

"Tem que acabar com este negócio e haver o financiamento público de campanha. Porque, se você não pede, não faz campanha. De repente, você não sabe o que está ocorrendo numa empresa e acaba acontecendo isso. Fui estritamente dentro da legislação pedir recursos a uma campanha."

Sandoval afirmou ainda que acredita que seu nome possa ter sido citado no contexto de uma tentativa de golpe de um funcionário contra a própria empresa.

O candidato a prefeito de Franca pelo PMDB, Marco Aurélio Ubiali, declarou não ter conhecimento sobre doação feitas pelo grupo Leão Leão à sua campanha, mas disse acreditar que isso não tenha ocorrido. "Se eles doassem R$ 600 mil seria muito bom, mas seria gravíssimo se fosse para receber depois em fatura da prefeitura. Mesmo porque a Prefeitura de Franca não tem dinheiro."

Ele admitiu, porém, ter procurado a empresa. "Fui pedir doações, mas eles [a Leão Leão] estão falando que não têm negócios em Franca, não prestam serviço aqui e, por isso, não tinham interesse."

A Prefeitura de Araraquara afirmou que não tem conhecimento oficial das acusações do Ministério Público, mas que o contrato de limpeza pública assinado com a empreiteira foi acompanhado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e não há irregularidades.

O prefeito de Matão, Jayme Gimenez (PSDB), declarou, por meio de sua assessoria, que o contrato com a Leão Leão foi assinado na administração anterior e que, se houver irregularidade, ocorreu naquela época. O prefeito na época era Adauto Scardoelli (PT), que não foi encontrado.

O prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez (PSDB), afirmou que suspendeu a ordem de serviço para a execução do contrato com a empreiteira até que o caso esteja resolvido. Ele nega participação no episódio e disse que abrirá uma sindicância interna tão logo seja comunicado oficialmente sobre as denúncias.

A assessoria da Prefeitura de Jaboticabal declarou que todos os documentos da administração estão à disposição para demonstrar que não existem irregularidades.

As prefeituras de São Paulo, Barretos e Monte Alto foram procuradas pela reportagem, mas não quiseram se manifestar.

A Prefeitura de Caçapava emitiu nota em que afirma que não mantém contrato com a Leão Leão, mas que a empresa "tumultua o andamento da atual licitação para a coleta de lixo em Caçapava, impetrando recurso que só visa atrapalhar os serviços, com pedidos sem fundamentação jurídica".

Segundo a nota, a prefeitura da cidade repudia "o comportamento da Leão Leão em nosso processo licitatório". "Consideramos fato demeritório o nome de nosso prefeito [Francisco Adilson Natali, do PMDB, candidato à reeleição], que sempre demonstrou absoluto respeito à lei e ao patrimônio público, ter figurado de forma leviana num momento tão crucial para a vida política do país", diz.

A Leão Leão informou que tem contrato apenas com as prefeituras de Ribeirão Preto, Araraquara, Sertãozinho, Matão e Monte Alto e nega que haja irregularidades nos procedimentos.

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